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quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Os Sombras – J. R Ward

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Título: Os Sombras
Autora: J.R. Ward
Editora: Universo dos Livros
Nota: 5
Sinopse: Dois irmãos, ligados por algo maior que o laço de sangue, lutam para evitar um destino brutal. Trez "Latimer" não existe de fato. E não só porque essa identidade foi criada para que o Sombra pudesse viver no mundo humano. Trez fugiu de sua prisão no palácio dos Sombras há anos, e agora vive em Caldwell como cafetão, sempre tentando evitar seu fatal destino como escravo sexual da rainha. Ele nunca teve em quem confiar de verdade... a não ser no irmão, iAm. O único objetivo de iAm sempre foi impedir que o irmão de autodestruísse, e ele sabe que fracassou nisso. Só depois que Selena, uma Escolhida, entra na vida de Trez, é que o macho começa a dar a volta por cima; porém, é tarde demais. Chegou a hora de cumprir a profecia de se compromissar com a filha da rainha, e Trez não poderá fugir ou se esconder, e não há como negociar. Encurralado entre o desejo de seu coração e um destino que nunca aceitou, Trez deve decidir se põe a si mesmo e aos outros em perigo, ou se esquece para sempre a fêmea amada. Após uma tragédia inimaginável, da beira do seu abismo emocional, Trez precisará encontrar um motivo para continuar ou se arriscará a perder tudo, inclusive a alma. Será que iAm, em nome do amor fraterno, aceitará realizar um derradeiro sacrifico em lugar do irmão?

Os Sombras é o décimo terceiro livro da série “Irmandade da Adaga Negra”, de J. R. Ward. Dentro do universo dos vampiros criado pela autora, uma história vinha se destacando, ganhando o início de seus trâmites no último lançamento, em “O Rei”: Trez e iAm, conhecidos como os irmãos “sombras”, recebem, enfim, uma história própria de quase setecentas páginas ao incrível toque de uma autora cuja narrativa transcende ao sublime. Nem todos os avisos sobre os rumos dessa história, embora ausentes de spoilers, foram suficientes para me preparar para o que estava por vir.

A história segue o velho corpo até então apresentado desde a metade da série: enquanto histórias paralelas correm, interligadas a trama principal, os personagens primários ganham maior destaque, apresentando um romance envolvente e característico a todos os casais da série. Com Trez e Selena não seria diferente. O Sombra reencontra Selena de maneira abrupta, em uma situação problemática em que nenhum dos dois desejaria estar. Mas é a oportunidade para deixarem de lado as questões existenciais e viverem o romance mais intenso da vida de ambos. Isso porque o tempo, para eles, é curto. Há uma questão que interpõe o caminho para o possível final feliz de ambos.

Correndo contra o tempo, todos se mobilizam para ir atrás de respostas. Enquanto Trez permite-se estar ao lado da mulher que ama, o passado do personagem ressurge como um aviso amargo do seu destino inevitável como o Ungido, ou seja, o prometido à rainha da raça dos Sombras. O tempo, para ele, está se acabando. iAm, então, entra como o papel do irmão que está sempre pronto para dar a si mesmo em função da felicidade de Trez. Ainda que gêmeos, Trez e iAm não poderiam ser mais diferentes. A cumplicidade de duas figuras tão distintas e tão próximas se torna essencial para manter o equilíbrio na vida de Trez. Embora o livro seja dele, é iAm quem ganha espaço nos últimos momentos da trama. Um final merecido para quem tanto se dedicou ao seu gêmeo.

Nas tramas paralelas, acompanhamos o início da história de Paradise, personagem principal da série paralela, em “Beijo de Sangue”. Rhage também ganha uma bela introdução para ser o próximo a ter sua história contada em “A Besta”, o décimo quinto volume da série. Assim, Ward mais uma vez nos mostra uma história da melhor qualidade, que nos leva a incansáveis suspiros com a doce e sexy relação de Trez e iAm, mas também a soluços e choques quando chegamos ao fim. Ao contrário do volume anterior, “Os Sombras” é um livro de romance afogado no drama mais profundo. Para quem lê, fica um questionamento: será que ainda veremos Trez como personagem principal, em algum outro momento? Ou isso foi tudo? Vindo da Ward, eu não me surpreenderia se ainda tivéssemos uma reviravolta pela frente…

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quinta-feira, 5 de março de 2015

A Submissa – Tara Sue Me

image - Ficha Técnica:

- Título Original: The Submissive

- Sinopse: O poderoso empresário Nathaniel West precisa saciar suas fantasias secretas e busca uma mulher com quem realizar seus desejos mais primitivos. Ao saber que ele está à procura de uma nova submissa, Abigail King, movida por um segredo do passado, não hesita em se candidatar, aceitando os termos mais perversos do sedutor Nathaniel e deixando-se levar por um mundo de luxúria e submissão, onde não há limites para o prazer. Mas nenhum dos dois imagina que esse jogo pode despertar sentimentos e sensações incontroláveis.

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Quando muitos enredos dão a mera impressão de terem sido descaradamente transcritos de bestsellers para embarcarem no sucesso do momento, outros conseguem a façanha de se destacarem neste meio, mesmo que a história já tenha sido recontada diversas vezes em diversos livros. É por isso que “A Submissa”, livro de Tara Sua Me, se mostra uma grata e bem-vinda surpresa para aqueles que estão em busca de um mote do gênero com algum enredo substancial, sem, entretanto, abandonar os passos comuns já conhecidos pelo leitor para este tipo de história. 

Esqueça as descobertas, os receios, os dilemas entre ser ou não ser uma submissa. Neste livro, Tara Sue Me apresenta personagens decididos e já familiarizados com a prática de submissão. Abigail, uma bibliotecária com desejos particulares, descobre que o homem de seus sonhos estava contratando uma nova submissa. Sem pensar duas vezes, ela se candidata ao cargo. Após ser avaliada pelo rico e sedutor empresário, Nathaniel, os dois embarcam em uma jornada de prazer no jogo de dominador e submissa.

Longe de ser um romance arrebatador, mas fugindo do clichê exaustivo e mal trabalhado por muitos livros com este tema,  “A Submissa” fica entre o meio termo. Apresentando cenas de sexo bem escritas e muito sensuais, mescladas a um envolvimento romântico impulsionado pela relação sexual entre o casal, o equilíbrio entre ambos parece ser a chave principal para a história dar certo. O desenrolar do enredo acontece de forma gradativa, sem exageros, convencendo o leitor da relação que ambos vão construindo juntos. Exigente, Nathaniel é quem reluta em aceitar a química entre eles, desejando manter uma relação sem intimidades emocionais. Cabe a Abigail a tarefa de vencer as barreiras que o empresário ergue para mostrar a ele o vislumbre de uma relação romântica sólida e duradoura, ainda que ela se machuque no processo.

“A Submissa” foi uma leitura extremamente sensual, com personagens que apresentam uma química natural e bem desenvolvida. Há figuras secundárias que ganham voz na trama, mas o foco se mantém entre os dois. O segundo livro, “Dominador”, relata a mesma história, mas contada sobre o ponto de vista de Nathaniel. A trilogia termina em “O Treinamento”, finalizando o gancho final apresentado em “A Submissa”. Um livro rápido, próprio para aqueles que apreciam o tema – especialmente se mesclado a um enredo quente e sedutor.

Capa original:

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segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

O Rei – J. R. Ward

image - Ficha Técnica:

- Título Original:
The King

- N° de páginas: 680

- Sinopse: O Rei - Nas sombras da noite em Caldwell, Nova York, desenrola-se uma furiosa guerra entre vampiros e seus assassinos. Há uma Irmandade secreta, sem igual, formada por guerreiros vampiros defensores de sua raça. Depois de recusar seu trono por séculos, Wrath finalmente assumiu o manto de seu pai – com a ajuda de sua amada companheira. Mas a coroa pesa fortemente em sua cabeça. Enquanto a guerra com a Sociedade Redutora continua, e a ameaça vinda do Bando de Bastardos está prestes a acontecer, Wrath é forçado a fazer escolhas que colocam em risco tudo e a todos. Beth Randall pensou que sabia em que estava se metendo quando ela se relacionou com o último vampiro puro-sangue no planeta: não seria nada fácil. Mas quando ela decide ter um filho, percebe que não está preparada para a resposta de Wrath – ou o afastamento que essa decisão criaria entre eles. A questão é: o amor verdadeiro vencerá... ou será derrotado pelo passado sombrio?

- Nota:image


“O Rei” é o décimo terceiro volume da série IAN, de J.R Ward. A partir de Amante Vingado, Ward adquiriu uma escrita mais dispersa e mudou o foco da trama deste livro em diante. Não vou negar, sou do time que sente falta dos bons e velhos tempos de IAN, quando tínhamos em cada livro um enredo mais centrado no protagonista, focando sempre nos Irmãos originais. Mas Ward decidiu que deveria estender a série, acrescentar personagens novos e trabalhar subtramas junto ao casal principal de cada volume. E não tem nenhuma pretensão de voltar atrás.

J. R. Ward, contudo, anunciou recentemente que lançará uma nova série que voltará as origens, trabalhado paralelamente à IAN. “Black Dagger Legacy” ainda não tem previsão de lançamento, mas a notícia não poderia ter vindo em melhor hora. Pelo visto, Ward também sente falta da história original, e, como ela própria afirma que não pode mais voltar ao que a série já foi, correr uma série paralela parece a melhor forma de sanar a saudade que todos tinham dos primeiros personagens apresentados aos leitores. Enquanto isso não acontece, os irmãos aparecem vez ou outra nas histórias dos últimos volumes, como foi o caso de “O Rei”.

Neste livro, Ward explora o romance de diversos personagens, correndo suas histórias intercaladas ao longo de seiscentas páginas. Mas “O Rei” está longe de ser cansativo, cada momento é um deleite para o leitor, traçando um ritmo ágil e envolvente para cada um dos romances apresentados. Xcor e Layla, Assail e Sola, Wrath e Beth, Trez e Selena e até os pais de Wrath ganham seu destaque merecido. As relações possuem tramas próprias, mas são ligadas entre em si. Como resultado, temos uma história romântica com personagens apaixonantes, daqueles que não te fazem largar o livro tão cedo.

J. R. Ward ainda pode estar longe de ter voltado as origens, mas sua escrita em “O Rei” está muito próxima ao que era nos primeiros volumes. E isso é de deixar qualquer fã eufórico. Dessa vez, a autora se mostra mais centrada, sem atropelar os acontecimento ou fazer com que uma trama se sobressaia a outra. Cada um ganha seu espaço, e cada história é recheada de muito romance, explorando os defeitos e os méritos dos casais presentes no livro. Como tema central, contudo, Ward prima pela relação entre Wrath e Beth, apresentando um novo dilema entre os dois: Beth decide ter um filho. E em meio a um complô para tirá-lo do trono, Wrath ficará mais conturbado do que nunca.

“O Rei” é uma mistura de nostalgia do velho com o melhor momento da autora para o futuro da série. Bem desenvolvido, a história em nenhum momento deixa a desejar. Volto a reiterar, foram mais de seiscentas páginas devoradas em pouco mais de três dias. O final não poderia ser mais perfeito, dando-nos a sensação de ter lido um dos melhores livros da série. “O Rei” não decepciona, e  certamente emocionará aos fãs da Irmandade da Adaga Negra. 

Capa original:

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sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Cinquenta tons de cinza – E. L. James

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- Ficha Técnica:

- Título Original: Fifty Shades of Grey

- N° de páginas: 455

- Sinopse: Quando Anastásia Steele entrevista o jovem empresário Christian Grey, descobre nele um homem atraente, brilhante e profundamente dominador. Ingênua e inocente, Ana se surpreende ao perceber que, a despeito da enigmática reserva de Grey, está desesperadamente atraída por ele. Incapaz de resistir à beleza discreta, à timidez e ao espírito independente de Ana, Grey admite que também a deseja - mas em seus próprios termos. Chocada e ao mesmo tempo seduzida pelas estranhas preferências de Grey, Ana hesita. Por trás da fachada de sucesso - os negócios multinacionais, a vasta fortuna, a amada família -, Grey é um homem atormentado por demônios do passado e consumido pela necessidade de controle. Quando eles embarcam num apaixonado e sensual caso de amor, Ana não só descobre mais sobre seus próprios desejos, como também sobre os segredos obscuros que Grey tenta manter escondidos.

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Cinquenta tons de cinza é um livro que, a exceção dos mais leigos, dispensa apresentações sobre seu enredo para os leitores de hoje. Sucesso mundial de vendas, o livro sobre uma adolescente inocente na arte do sexo e sobre um empresário multimilionário Dominador marcou a literatura erótica e impulsionou o mote BDSM para outros livros no estilo. Agora, próximo da estreia nas telas de cinema, Cinquenta tons de cinza ainda gera debates polêmicos pela essência de sua natureza.

Ao começar a leitura, fui na corrente da maioria dos críticos, abandonando a história logo no começo. As expressões repetidas, a história contada as margens de uma fan fic de crepúsculo, as cenas incoerentes e tantos outros aspectos relevantes – e que prejudicam a história nas primeiras páginas –, quase me fez abandonar de vez a trilogia, ainda que o tema me interessasse. Apesar das falhas, muitos alegaram que a história e a escrita melhoravam nos volumes seguintes. De fato, o segundo e o terceiro livro conseguem alcançar um ponto onde Cinquenta Tons de Cinza fracassa a maior parte do tempo.

Agora, tendo os três livros em mãos e com isso a oportunidade de relê-los, fui até as últimas páginas de Cinquenta tons de cinza. A escrita soa amadora, é verdade, mas há um pequeno salto considerável e perceptível na melhora do texto a partir da metade do livro em diante. Alguns vícios de linguagem ainda são mantidos, e a tal “deusa interior” com frequência soa irritante, mas a história passa a adquirir voz própria, e os personagens, suas próprias personalidades. Grey é sedutor pelo simples fato de ser sombrio e misterioso. Anastasia traz a essência de uma garota que se aventura em um mundo desconhecido – um mundo de prazeres sexuais restritos, do qual seu corpo se excita, mas que sua mente, ao longo da história, reluta em aceitar.

São cenas eróticas envolvendo bondage, submissão e os mais diversos “castigos” que terminam em prazer a ambos. Sexo fora dos padrões, mas que excita pela relação entre os personagens e pela caricatura imposta entre Dominador e Submissa. Tudo consentido, e os limites são previamente estipulados de ambas as partes. Mas o que parece encantar e diferenciar Cinquenta tons de cinza dos demais livros eróticos está justamente no equilíbrio que eu, particularmente, quase não encontro neste gênero: a história em contrapartida ao sexo. Enquanto muitos livros tornam o sexo como ponto central –, Cinquenta tons de cinza consegue trazer um meio termo razoável com um enredo envolto em um romance intenso, personagens interessantes e, de bônus,  cenas de sexo para lá de quentes.

A relação conturbada e os dilemas que envolvem o relacionamento BDSM dentro do contexto do termo são bem apresentados na história. Anastasia luta contra o seu consciente, ao mesmo tempo em que se aventura no mundo particular de Grey. Os dois juntos resultam em uma combinação cheia de dúvidas e receios, mas também proporcionam ao leitor uma relação com um leve ar cotidiano, que encanta e fascina pelos diálogos e pela atenção que dedicam um ao outro. Atrelado ao psicológico de Grey – um dos pontos mais alto da história, Cinquenta tons de cinza soa, para mim, uma combinação forte entre o doce e o amargo. Não parece muito para criar tamanha atenção dos críticos, tampouco para receber o prêmio de melhor livro do ano. É um romance de banca mais apimentado, que que atinge seu propósito, conseguindo agradar como tal.

Capa original:

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quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Prazeres da noite – Sylvia Day

image - Ficha técnica:

- Título original: Pleasures of the night

- N° de páginas: 213 (ebook)

- Sinopse: No limiar entre o sono e a consciência, uma batalha se trava entre o sonho e o pior pesadelo. Capitão Aidan Cross é uma lenda, tão hábil em criar sonhos eróticos quanto em matar seus inimigos. As mulheres o veem como parte de suas fantasias... Exceto Lyssa Bates. Esquisita, enigmática e desejável, Lyssa desdenha deste sedutor imoral, porque ela o vê como ele realmente é. E, enquanto ele tenta desvendar seus segredos, o impensável acontece: Aidan se apaixona. Lyssa tem tido os sonhos mais incríveis com esse homem de olhos azuis que promete prazeres intensos e profunda intimidade. Até que ele aparece em sua porta. Mas na sua rendição, há também um grande perigo... Aidan está em uma missão e a paixão que os consome poderá ter consequências terríveis. Amar a mulher que veio para destruir o seu mundo não é só apenas impossível... é proibido.

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Prazeres da noite foi um leitura muito boa de início, mas que descambou na metade da história até o final. Sylvia Day explora o lado místico dos sonhos, e cria um mundo paralelo próprio onde tece toda uma hierarquia de guardiões que oferecem as pessoas – chamadas de Sonhadoras –, todo o tipo de sonho.  Uma ideia interessante – a princípio bem explorada, mas que deixou a desejar por apresentar alguns problemas no enredo

Para cada tipo de sonho existente há um determinado tipo de guardião. Sonhos divertidos são proporcionados por Brincalhonas, Curandeiros ajudam aqueles que precisam passar pelo luto, fantasias eróticas são oferecidos por Guerreiros de Elite e assim por diante. Aidan é o capitão deste último, e há séculos é responsável por proporcionar prazer em sonhos para lá de sensuais. O objetivo é manter os Pesadelos longe, uma vez que estes só se alimentam da vida de uma pessoa quando o Sonhador em questão tiver sentimentos de fúria ou medo durante o sonho, por exemplo. Desse modo, Guardiões são responsáveis por oferecer o melhor sonho possível as pessoas.

Quando Aidan é designado para entrar no sonho de Lyssa, ele não esperava encontrar uma mulher tão intrínseca. Desde pequena Lyssa se sente sempre cansada, dorme com frequencia mas nunca acorda disposta. Acontece que seus sonhos, quando não são permeados de Pesadelos – drenando, assim, sua vida –, são envoltos na escuridão silenciosa, o que não permite a ela sonhar. Aos poucos, Aidan quebrará esta barreira e mostrará a Lyssa infinitas possibilidades no mundo onírico dele. Ao mesmo tempo, o Guerreiro de Elite não só descobrirá que Lyssa é uma peça importante em um dos mistérios que rege o seu mundo, como também se apaixonará por ela.

A princípio a história se destaca pela delicadeza com que a autora explora cenários paradisíacos e diálogos ternos entre os protagonistas. A narrativa traz um leve tom melancólico – até porque a condição de Lyssa, de início, é a escuridão. Aos poucos, por meio de uma paisagem encantadora que preza a descrição de pequenos detalhes – como o barulho do mar em uma praia deserta, o balanço de Lyssa, a areia sobre os pés, por exemplo -, a personagem se fortalece e estabelece um vínculo com Aidan. Sua vida começa a melhorar, mas ela é logo envolvida em outro problema: ao que parece, Lyssa é a chave para afastar de vez os pesadelos. Mas para que isso aconteça, a Sonhadora teria que ser destruída.

É nesse ponto que reside o principal problema da trama. Há toda uma história sobre o surgimento dos Pesadelos, mas que as vezes soa confuso e um tanto mal estruturado. Conta-se sobre uma fissura que foi aberta no mundo dos sonhos, e que os anciões procuram há anos uma Chave que seria capaz de destruí-los. Porém quando algumas revelações são feitas, as informações dadas de início não se entrelaçam ao mistério que a autora tece no final da história.  Fiquei perdida no meio de determinados acontecimentos que não apresentaram embasamento consistente, além de situações que ficaram sem explicações ou  respostas mais coerentes.

Outro problema reside no fato que citei no inicio de minha resenha. Por ser um livro do gênero erótico, Prazeres da Noite ressalta cenas explícitas de sexo em demasia. Em consequência, não somente o romance – a interação entre eles no começo da história –, parece ser deixada em segundo plano, como o alicerce onírico também.  A história, que até certo ponto ditava um ritmo interessante, caiu na mesmice de apresentar dois personagens que se jogam no sexo a todo instante. Uma pena.

Prazeres da noite não foi uma história de todo ruim, mas não posso dizer que amei. Uma leitura que deixou muitas incógnitas a serem respondidas para sua continuação, ainda sem data prevista. Para quem gosta da autora será uma boa leitura, mas, para mim, não funcionou muito bem.

Capa estrangeira:

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quarta-feira, 23 de julho de 2014

Olhos nos olhos – Raine Miller

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- Ficha técnica:

- Título original: Eyes Wide Open

- N° de páginas: 350

- Sinopse: O terceiro volume da série O caso Blackstone mostra um amor à beira do abismo e a luta para mantê-lo vivo. Uma perda arrasadora e uma nova esperança abrem os olhos de Ethan e Brynne para as coisas importantes da vida. Mas como eles podem deixar para trás toda a dor do passado e seguir em frente? Um inimigo ainda os espreita das sombras, planejando se aproveitar da confusão trazida pelos Jogos Olímpicos de 2012, em Londres. Brynne e Ethan vão se render aos obstáculos? Ou lutar até o fim para salvar um ao outro e alcançar o sonho — uma vida inteira juntos? Continuação de Nua e de Entrega total, Olhos nos olhos é a história de uma paixão avassaladora que mostra que o amor é capaz de superar qualquer adversidade.

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Olhos nos olhos é o terceiro livro da série “O Caso Blackstone”, que retrata as idas e vindas do casal Ethan e Brynne. Quem já leu minhas resenhas sobre os dois primeiros volumes (você pode ler clicando nos links abaixo), sabe que torço o nariz para esta série. Embora a ideia do livro seja interessante – um homem que, ao ser designado para cuidar da segurança de uma modelo, acaba se apaixonando por ela –, Raine Miller peca por exageros e falta de cuidados com a própria história. Resolvi ler o terceiro da série por pura teimosia, mas confesso que, desta vez, curti um pouco mais a história.

No terceiro volume, Ethan e Brynne estão em um relacionamento perfeito. Os dois se divertem ao passar alguns dias na casa da irmã de Ethan. Porém, um acontecimento inesperado vai abalar a estrutura da relação: Brynne descobre que está grávida. Nenhum dos dois planejou ter um filho – ao menos, não naquele momento tão caótico. Ethan precisa cuidar da segurança das Olímpiadas, e ainda havia o fato de que Brynne pudesse estar em perigo. Um bebê definitivamente não estava nos planos.

Entretanto, enquanto fazem os preparativos para o casamento, os dois começam a se acostumar com a ideia. Ethan admite que está feliz e Brynne não fica atrás. Aos mesmo tempo em que atravessam uma nova fase de suas vidas, os dois ainda guardam sombras de um passado torturado. Juntos, vão enfrentar os pesadelos que insistem em assombrá-los, e descobrirão um inimigo que parece determinado a destruir o tão sonhado final feliz

Confesso que o estilo da autora me incomoda. Sua história é em primeira pessoa, alternando na visão dos protagonistas da trama. A narrativa é solta, escrita de modo tão informal que, as vezes, passa a impressão de desleixo. O protagonista, embora tenha certo charme, demonstra, na maior parte da história, uma insegurança enorme sobre seu relacionamento com Brynne, o que reflete em um personagem com ciúmes exacerbado e um jeito possessivo pra lá de irritante. Nos dois primeiros livros, Ethan Blackstone destila pensamentos que tendem ao estilo “homem das cavernas” – o que me fez pensar em abandonar a leitura diversas vezes. Neste aqui, a autora soube dosá-lo melhor; talvez por isso a leitura tenha fluído tão bem.

Isso não significa que eu não tenha encontrado elementos que me irritaram desde o primeiro livro da série: cenas de sexo em demasia - muitas vezes fora do contexto -, e diálogos sonsos. Porém, a trama central da história ganha mais destaque – ao contrário dos volumes anteriores. Aqui, conhecemos finalmente quem está por trás da ameaça que ronda a segurança de Brynne. A solução e o desfecho encontrado para o vilão foram dentro do esperado para a história. Simples, mas satisfatório.

Se por um lado Ethan é exagerado, por outro demonstra carinho e dedicação as causas de sua amada. Ele a ouve e tenta ajudá-la a superar seus obstáculos, não importa qual seja ele. Ethan é “pau pra toda obra”. Um homem dominante, mas que se sensibiliza pela sua mulher. Isso deixou um tom romântico bem gostoso na história.

Olhos nos olhos termina sem arestas soltas. Um livro agradável, mas que me deixou dividida sobre um quarto volume. O final fecha um ciclo entre os dois, e, para mim, foi o suficiente para contar sua história de amor. Leve, sem dosar cenas eróticas e trazendo um toque leve de tensão à trama, Olhos nos olhos se mostrou uma leitura que me fisgou apesar das ressalvas. Para mim, agradou bem mais do que os dois primeiros da série.

Série “O Caso Blackstone”:

1 – Nua
2 – Entrega total
3 – Olhos nos olhos
4 – Rare and precisous things (ainda não publicado no Brasil).

Capa original:

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terça-feira, 27 de maio de 2014

Entrega Total – Raine Miller

image- Ficha Técnica:

- Título Original: All In

- 223 páginas

- Sinopse: Ethan Blackstone traiu a confiança de Brynne, sua ‘bela garota americana’, e por isso ela o deixou. Nem mesmo a paixão explosiva que unia o casal foi capaz de vencer os segredos que eles escondiam. Mas Ethan está disposto a fazer qualquer coisa para trazê-la de volta. E, quando Brynne passa a sofrer ameaças, Ethan terá de correr contra o tempo, usando todas as armas que tem para protegê-la dos perigos que ameaçam separá-los para sempre. Em Entrega total, Ethan Blackstone é um homem apaixonado, que irá às últimas consequências para salvar a mulher amada. O segundo volume da série O caso Blackstone traz a história de duas pessoas que se entregam a um amor poderoso, capaz de curar as feridas do passado e revelar uma vida de prazer total.

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Entrega Total, da autora Raine Miller, é a continuação do primeiro volume da série Blackstone – Nua. Comentei aqui minhas impressões sobre a história e alguns pontos negativos que fizeram de Nua uma leitura pouco atraente. Em consequência disso, não tive grandes expectativas para Entrega total. Tal qual eu esperava, a autora tropeça nos mesmos erros – especialmente no linguajar vulgar e em situações fora do contexto apresentado.

Neste volume, Brynne e Ethan estão juntos novamente e precisam combater seus próprios demônios pessoais. Ethan retoma lembranças de seu passado, e pesadelos da época em que era um prisioneiro de guerra começam a assombrá-lo. Já Brynne relata o que ocorreu a ela quando tinha somente dezessete anos – o que esclarece cada pormenor para o leitor sobre o passado da personagem e o porquê dela precisar de um segurança nos dias atuais. O envolvimento dos dois é, também, uma forma que encontram de consolar um no outro em decorrência de seus dilemas.

Ethan intensifica a segurança de Brynne. Ele confisca seu celular e aperta o cerco protetor envolta dela, uma vez que Brynne recebe uma estranha ligação. Tamanha preocupação reflete no relacionamento deles – e, com Ethan demontrando um ciúmes mais exacerbado em decorrência das mais diversas situações –, o texto permeia brigas e discussões que desestruturam o relacionamento até então perfeito. Ethan se sente cada vez mais ligado a Brynne, contudo o personagem não sabe lidar com este tipo de sentimento e patina em situaçõs para lá de constragedoras.

A caracterização mais aprofundada de Ethan foi o maior empecilho que encontrei durante a leitura. Dotado de uma insegurança irritante, o personagem está sempre querendo firmar para si e para os outros o seu relacionamento – ou melhor, a sua possesividade –, por meio de falas retrógadas e pensamentos estúpidos que muitas vezes quebram o clima da história. Não gostei de ler um texto cujo protagonista destila pensamentos tão vulgares que, ao invés de soarem excitante, me pareceram nojentos. Além disso, há diversas situações sexuais repetitivas, o que tornou o texto deveras cansativo. Era praxe que, mesmo nas passagens mais inadequadas, eles terminassem na cama em uma noite de sexo quente e avassalador.

Ainda estou pensando se lerei o último livro da trilogia, pois embora a relação entre eles não tenha me agradado, há alguns pontos na trama que fazem de Entrega Total uma leitura até interessante. A trama por trás do passado de Brynne é bem trabalhada e me instigou nos momentos finais do livro. Todavia, ainda sinto uma narrativa amadora e personagens rasos que poderiam ter sido melhores desenvolvidos. Um livro curto, que, se lido sem pretensões, talvez agrade aqueles que são mais fãs do gênero.

Capa original:

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sábado, 22 de março de 2014

Nua – Raine Miller

image- Ficha Técnica:

- 146 páginas

- Sinopse: Depois de uma experiência traumática, a modelo americana deixou tudo pra trás em busca de um recomeço. Está fazendo pós-graduação na Universidade de Londres e, para se sustentar, faz ensaios fotográficos de nus artísticos. Bem longe de casa, tenta colocar a vida nos eixos, mas a aproximação de Blackstone vai abalar o equilíbrio recém-conquistado. Aos poucos a jovem vai se deixando seduzir, até que não consegue mais resistir ao charme do inglês. No início, é a natureza dominadora de Ethan que a atrai. O que ela não sabe é se o desejo que sentem irá despertar ou dissipar os demônios que carrega dentro de si. Ethan poderá apagar as cicatrizes de Brynne para que ela possa se entregar verdadeiramente a ele? Ou será que as sombras do passado de Ethan vão destruir a chance de serem felizes? Nua, primeiro volume da série O Caso Blackstone, é a inesquecível história sobre o que acontece quando uma mulher com segredos dolorosos conhece um homem poderoso o suficiente para despi-la de todas as suas defesas, deixando-a perfeitamente nua diante dele.

- Nota: image

Nua, da autora Raine Miller, é um romance erótico contemporâneo que explora o relacionamento entre uma modelo e um rico empresário que comanda um negócio de segurança. A história valoriza cenas eróticas em detrimento a falta de um enredo mais elaborado, porém, acredito eu, tal enredo pode se tornar promissor para os próximos volumes. Penso que pelo tamanho do livro, a história tenha sido prejudicada um pouco em alguns aspectos que citarei abaixo. Contudo, ao olharmos o contexto de Nua, seu saldo final agrada pela singelidade que nos lembra um romance de banca mais apimentado.

De início estava achando tudo muito rápido e pouco explorado. O relacionamento gradativo, aqui, não existe. Os dois se conhecem em uma noite, trocam pouquíssimas palavras, e, no dia seguinte, estão na cama. No terceiro encontro, Ethan a trata como uma namorada de longa data, fato este que me deixou um pouco cética desta relação tão abrupta. Essa paixão avassaladora desencadeada por um simples olhar, gesto ou até mesmo uma palavra, também são coisas que, – caso não sejam bem exploradas –, para mim, acabam forçando a verossimilhança da relação. Sou descrente em achar que a personagem está realmente “pegando fogo” pelo simples toque de um desconhecido.

Entretanto, a história melhora e atinge um meio termo satisfatório. A relação é explorada sob a ótica do erotismo recheada de cenas explícitas e linguajar mais chulo. Ethan faz o estilo possessivo e mandão, porém, perto de outros personagens, seu comportamento é menos intenso e mais justificável pelo contexto do enredo. O personagem esconde de Brynne o verdadeiro motivo pelo qual ele se aproximou dela – fato este do qual o leitor está a par. É aí que reside certo clima de suspense por trás desta relação, que corre até as últimas páginas, proporcionando um desfecho previsível, porém atraente.

Não posso deixar de citar que, embora razoavelmente bem escrito, há certo amadorismo presente no texto quanto a caracterização dos personagens. Não senti muita segurança na personalidade de cada um, e acho que ainda falta ao enredo maior aprofundamento. Ainda assim, Nua é um romance rápido, que pode ser visto como um grande prólogo à uma história que, se bem explorada, tem tudo para dar certo.

Capa original:

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quinta-feira, 20 de março de 2014

Êxtase – Nicole Jordan

image- Ficha Técnica:

- Título original: Ecstasy

- 380 páginas

- Sinopse: Depois de ver seu amor definhar por causa de um amor perdido, Raven Kendrick jurou nunca entregar seu coração. Mas quando sua vida se transforma em um escândalo, ela é forçada a aceitar uma proposta de casamento do sensual prorietário da casa de jogos mais conhecida de Londres. Embora fortemente atraída por seu enigmático salvador, Raven luta para resistir ao marido, cujas carícias prometem um êxtase além de suas fantasias mais selvagens. Para salvar a reputação da inocente jovem, Kell Lasseter se vê obrigado a sacrificar sua liberdade casando-se com a deslumbrante garota, uma vez que o irmão dele foi o causador da ruina de Raven. Desprezado por seu sangue irlândes e seu passado obscuro, Kell não pode negar que essa mulher geniosa e encantadora é diferente de todas as outras que já conheceu... Assim como não pode reprimir o desejo ardente que sente por ela. Dividido entre a lealdade para com o irmão e seus sentimentos crescentes por sua noiva rebelde, Kell precisa libertar o coração relutante de Raven de alguma forma, para que eles possam conhecer o extase do verdadeiro amor.

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Eu confesso que estava um pouco receosa com esta leitura, pois a sinopse se parecia um tanto quanto a do livro “Paixão” – livro este que não gostei. Porém, felizmente, Êxtase foi o melhor que li da série até o momento presente. As características narrativas permeiam, como marca da autora, um texto mais detalhado, que tende a descrever passagens mais longas – especialmente os momentos sensuais entre os personagens. Outro aspecto é o enredo por vezes delimitado, em que temos a decisão dos protagonistas pela escolha de um casamento arranjado e sem amor. O diferencial, entretanto, está na dinâmica com que isto ocorre, e que vem melhorando consideravelmente a cada volume.

Em Êxtase, a história se inicia de maneira pouco convencional. Raven está para se casar quando é raptada por um de seus antigos admiradores. Seal é um homem perigoso e desequilibrado, que jurou se vingar de Raven após ser levado para a Marinha Britânica, onde sofreu diversos castigos físicos. Então, o rapaz a amarra sobre a cama de um quarto escuro, decidido a fazê-la pagar pelo seu sofrimento. Antes, porém, seu irmão o intercepta, e consegue convencê-lo a ir embora. Kell terá um grande problema pela frente: não somente teria que lidar com o fato de que seu irmão doente poderia ir para a prisão, como também precisaria resolver a reputação da moça em questão.

Ele, então, sugere a Raven um casamento de fachada. Sem outra escolha – uma vez que ser raptada no dia do casamento tinha machado sua honra –, a moça aceita, sabendo que, ao menos, seria concedido a ela um casamento sem amarras. Mas, aos poucos, os acontecimentos sociais e a química entre os dois acabam por aproximá-los. Antes que Kell e Raven percebam, o casamento por conveniência se transforma em amor. Caberia a cada um, então, tomar a decisão de deixar esse sentimento aflorar ou negar-se a ele.

O tema clichê é bem desenvolvido, o que tornou a leitura muito fluida. Assim como no volume anterior, Êxtase não se prende somente a relação sexual entre o casal – estas descritas com um toque de elegância –, mas também na relação cotidiana entre eles. Nenhum dos dois estava interessado naquele casamento, o que os deixa afastado boa parte da história. Porém, influências externas – como mexericos e a má fama que ronda o estabelecimento de seu marido, e que poderia arruiná-lo, faz com que Raven, aos poucos, se aproxime dele. A química se tece aos ao longo das páginas, bem como a convivência entre os dois.

A cada trama a autora nos brinda com antigos personagens. Uma característica marcante é a presença de um vilão que proporciona nos momentos finais um toque de ação à trama. Aqui, a autora explora mais a fundo este vilão, interligado ao passado sofrível de kell. Além disso, Nicole Jordan não deixa de inserir propositalmente um cenário retrógado a liberdade feminina com situações pouco favoráveis à protagonista da história. Nos livros desta série, a autora sempre levanta a questão do papel da mulher no matrimônio.

Apesar de ter gostado bastante, ao olhar para trás, não posso deixar de comentar que me sinto um pouco decepcionada pela falta de inovação. O tema, se sobreposto ao volume anterior, é praticamente o mesmo: o casamento arranjado e a veemente negação de se apaixonar. Há tantas outras variáveis a serem exploradas dentro do romance histórico, que estava esperando algo diferente. Ainda assim, Êxtase se mostrou uma ótima leitura, o diferencial seria somente um adendo para a história. Que venha o próximo!

Capa original:

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quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Escorted – Claire Kent

image- Ficha Técnica:

- Sinopse: Lori podia ser uma romancista famosa,  mas nunca foi nada além de um fracasso com relação a sexo e amor em sua vida pessoal. Ainda virgem aos vinte e seis anos e cada vez mais frustrada com sua inexperiência, ela decide resolver o assunto com suas próprias mãos e contrata um talentoso e sexy acompanhante para cuidar de sua inconveniente virgindade. Ela presume que uma noite com Ander será suficiente, mas nunca imaginou quanto prazer ele poderia fazê-la sentir. Uma noite não foi suficiente. Duas noites não foram suficientes, e logo ela se torna sua cliente regular. Lori sabe que nada seria tão tolo quanto se apaixonar por seu acompanhante pago, mas ela nunca foi sábia com seu coração. E, apesar de seu profissionalismo, ele não aparece imune a ela também.

- Nota: clip_image004

 

Escorted, da autora Claire Kent, é um romance erótico que me surpreendeu positivamente de diversos modos. A autora apresenta uma história sobre o relacionamento de um acompanhante e uma mulher de vinte e seis anos, escritora e virgem, que deseja mudar sua falta de experiência sexual e livrar-se de uma vez por todas de sua virgindade. Bem escrito, o elemento erótico, cujo contexto remete quase exclusivamente ao sexo casual, por mero negócio, é o principal ingrediente da história. Entretanto, o livro vai além da proposta de apresentar um enredo puramente sensual, explorando muito bem a relação entre eles e o envolvimento emocional de cada personagem.

Entre linhas suaves e descrições elegantes, as cenas de sexo atiçam e envolvem o leitor numa trama quente e, ao mesmo tempo, delicada. Fiquei surpresa comigo mesma por ter gostado – histórias que exploram paixões surgidas  em consequência do sexo não são exatamente o meu estilo preferido de leitura, pois tenho a tendência de encontrar textos um tanto quanto cansativos. Neste caso, entretanto, gostei muito da forma como a autora traçou a história. O relacionamento entre os personagens é gradativo – o que era para ser uma noite somente, com o objetivo de perder a virgindade, transforma-se em mais e mais sessões que acabam indo  além do sexo. Lori e Ander começam a se conhecerem melhor, de um jeito tímido, a princípio – porém muito encantador.

Os personagens são carismáticos e se sustentam na personalidade atribuída a cada um. Ander, por exemplo, é caracterizado por um lado mais reservado – por vezes aparentando certa indiferença. Trata-se unicamente, para ele, de levar suas clientes à satisfação sexual. Ele de fato se comporta como um acompanhante e nada mais. No decorrer da história, o personagem é desmembrado e passamos a enxergar o espírito verdadeiro do protagonista. De um rapaz enigmático, sem emoção, Ander cresce aos olhos do leitor como um jovem sensível e fofo, que precisou amadurecer muito rápido – um personagem adorável pelo seu jeito doce e sensual de ser.

Lori é uma figura espontânea. Escritora de romances, a personagem dá voz aos seus pensamentos delicados e sua curiosidade sem fim – fato este que a leva conhecer melhor Ander. Embora a protagonista seja virgem, a autora não fez muita questão de se aprofundar nos receios virginais da moça. Uma vez que ela experimenta o sexo, flui naturalmente a inserção de cenas sensuais bem escritas, sem reservas para explorar novas posições - desde que Lori se sinta bem com isso. Devo dizer, achei adorável cada cena e o modo gentil e atencioso com que Ander a tratou durante as sessões.

A narrativa é fluída e deliciosa. Depois de um tempo, a história parte para um drama mais acentuado sobre escolhas e conflitos com o passado. Além disso, a amizade que nasce entre eles os fazem questionar-se sobre o caminho que estavam traçando e onde aquilo os levaria – questões que engatam  um romance para lá de fofo.

Minha única crítica é em relação a algumas passagens do livro. Por ser uma história curta, achei que a autora se repetiu muito em algumas expressões, em um espaço curto de tempo. Fora isso, Escorted nada mais é do que uma ótima releitura do filme Uma Linda Mulher; uma história romântica, doce, divertida e deliciosa, que soube trabalhar elementos de forma sensual e despretensiosa. Digno de bis, pois merece uma continuação. Um dos melhores que li do gênero, com toda certeza.

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domingo, 9 de fevereiro de 2014

Amante Finalmente – J.R. Ward

image- Ficha Técnica:

- Título Original: Lovers at Last

- 700 páginas

- Sinopse: Qhuinn está acostumado à solidão. Repudiado por sua linhagem e evitado pela aristocracia, ele finalmente encontrou uma identidade como um dos lutadores mais brutais na guerra contra a Sociedade Redutora. Mas sua vida não está completa. Mesmo que a perspectiva de ter uma família esteja ao seu alcance, ele está vazio por dentro, com o coração entregue a outra pessoa... Blay, depois de anos de amor não correspondido, acredita já ter superado Qhuinn. E já era hora: o homem parece ter encontrado o seu par ideal em uma fêmea Escolhida, e eles terão um filho, exatamente como Qhuinn sempre quis. O destino parece ter levado a vida desses vampiros soldados em direções diferentes... Mas a batalha pela liderança da raça se intensifica, e os novos jogadores na cena de Caldwell estão criando um perigo mortal para a Irmandade. Qhuinn finalmente descobre a verdadeira definição de coragem, e os dois corações que estão destinados a ficar juntos... finalmente se tornam um.

- Nota: clip_image004

Esperei ansiosamente pela história de Blay e Qhuinn. No fundo, nunca aceitei o fato da autora não ter juntado Vishous e Butch como um dos casais gays presentes na história. Entretanto, minha frustração foi compensada pelo relacionamento complicado entre Blay e Qhuinn, personagens que me conquistaram ao longo da série com suas idas e vindas de uma grande amizade e de amor não correspondido. Confesso que fiquei contente com o desfecho que encontrei neste volume, assim como o desenvolvimento das cenas românticas, porém o livro não foi de todo satisfatório. Houve alguns pontos que me incomodaram.

Quando Qhuinn quase morre em uma arriscada missão para salvar a vida de Zsadist, o rapaz percebe que poderia ter passado desta para melhor sem abrir seus sentimentos para o homem que sempre amou. Entretanto, Blay não parece acreditar que Qhuinn não esteja apaixonado por Laya, e este não consegue esconder o ciúmes que sente ao ver Blay e Saxton juntos, sem saber que a relação deles pende por um fio. Em uma trilha onde os dois precisarão aprender a superar seus próprios dilemas – e isto inclui preconceitos, orgulho besta e a entrega de si próprio – , Blay e Qhuinn iniciarão um romance sedutor e delicioso.

Os momentos entre o casal foram bem desenvolvidos. Para os apaixonados pelos dois, o romance é um deleite, cheio de passagens que não traçam qualquer pudor à respeito das cenas de sexo. O clima da paixão é acentuado – o amor intenso é abordado de forma um tanto dinâmica, já que há quase um jogo de gato e rato entre eles. Blay e Qhuinn estão sempre sendo interrompidos por alguém ou um dos dois acaba se afastando do outro, deixando a impressão que, quando estão para ingressar num outro nível do relacionamento, o casal volta dez casas e precisam começar tudo outra vez. Isso não foi particularmente um incômodo, pelo contrário. O lado emocional é intenso e cada cena trouxe momentos únicos entre os dois.

Entretanto, o contexto geral da história não me agradou. O enredo não gira exclusivamente em torno dos dois, e isso sim foi um incômodo. Desde Amante Meu, Ward vem traçando novos personagens paralelos que ganham um destaque exagerado na trama, ao ponto do leitor se perguntar de quem exatamente é a história. Quando terminei, fiquei com a sensação de não saber se esse era o livro de Qhuinn e de Blay, ou se era de Assail, por exemplo, que apareceu tantas vezes – senão mais, até –, que os próprios protagonistas. Aliás, achei o personagem um poço de chatice, e espero, sinceramente, que a autora não continue essa tendência nos próximos livros. Se ao menos as cenas paralelas fossem sobre os irmãos da história…

Por outro lado, Amante Renascido trouxe antigos personagens que tornaram a leitura bem atraente. Trez e iAm são figuras maravilhosas que ganharam grande destaque, assim como Saxton, cujo jeito de menino bonzinho me conquistou logo no começo. Outro foco entre personagens – e confesso que fiquei surpresa comigo mesma por ter adorado –, foi a relação desenvolvida entre Layla e Qhuinn. Gostei do modo protetor como Qhuinn cuidou dela durante a história, e Layla está bem melhor neste volume.

Amante Renascido, para mim, poderia ter focado mais nos protagonistas, mas fiquei satisfeita com que a autora nos ofereceu. A história é muito linda e o romance fofo nos proporciona ótimos momentos de leitura. Amante Renascido aborda o preconceito em diversas facetas – mas, principalmente, fala de aceitar quem você é, não importa quais obstáculos precisa superar para isso. Uma ótima leitura.

Capa Original:

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segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Amante Renascido – J. R. Ward

image- Ficha Técnica:

- Título Original: Lover Reborn

- 704 páginas

- Sinopse: Das sombras da noite em Caldwell, Nova York, desenrola-se uma furiosa guerra entre vampiros e seus assassinos. Há uma irmandade secreta, sem igual, formada por guerreiros vampiros defensores de sua raça. Desde a morte de sua shellan, Tohrment tornou-se irreconhecível. Fisicamente abalado e com o coração partido, ele é levado de volta para a Irmandade pelo anjo Lassiter. Agora, lutando com uma fúria implacável, ele está preparado para enfrentar outra tragédia. Ao descobrir que sua amada está presa em um submundo frio e isolado, Tohr procura o anjo na esperança de salvá-la. No entanto, quando Lassiter lhe diz que ele precisa aprender a amar outra fêmea para libertar sua antiga parceira, Tohr percebe que eles estão condenados. Mas ele não esperava que uma mulher intrigante e sexy começasse a mexer co seus instintos adormecidos. Em meio a uma guerra violenta contra os redutores e um novo clã de vampiros competindo pelo trono do Rei Cego, Tohr divide-se entre o amor antigo e um futuro arrebatador. Será que ele se entregará a essa nova paixão e conseguirá libertar a todos?

- Nota: clip_image004

Esperava ansiosamente por esse livro. De todos os personagens criados pela autora, tenho uma admiração particular por Tohr, não somente pelo caráter singular – e claro que isso soa redundante quando a autora tece minuciosamente uma personalidade marcante para cada um de seus personagens –, que confere à este uma figura sólida e sábia em meio a tantos personagens brincalhões, como também pela história que acentua o drama romântico, uma vez que, até o terceiro livro - e diferente de todos os personagens -, Tohr já era vinculado à uma shellan.

Caso você jamais tenha ouvido falar sobre, ou lido qualquer livro da Irmandade, a minha resenha certamente soará confusa e cheia de spoilers. IAN é uma série longa com terminações próprias, inserida em um contexto de rituais, leis e sistemas arcaicos que contrastam com as características tecnológicas e sociais dos dias de hoje. Sou fã dessa mistura da autora, acho que ela equilibra muito bem o mundo particular de sua autoria em paralelo a sociedade em que vivemos.

Nos dois últimos livros – Amante Meu e Amante Desperta –, senti uma falta imensa de uma interação maior dos personagens paralelos e de mais ação, o que acabou pesando pontos negativos na minha leitura. Em Amante Renascido, felizmente, a autora volta a destacar o relacionamento da Irmandade, principalmente porque, neste livro, o Rei sofre um atentado e deixa todos mais atentos aos laços de amizades e perdas. Quanto à ação, embora Amante Renascido se dedique à relação delicada entre No’One e Tohr, o livro não decepciona com uma trama bem elaborada, que conta com doses de ação e muitas conspirações. Aliás, neste aspecto, os novos vilões contra a Irmandade são bem vindos e prometem mais agito à história.

Tohr é um personagem solitário, que se agarra ao seu luto eterno como forma de consolo a perda de sua shellan. A tristeza e a dor são obstáculos que permeiam uma característica melancólica ao protagonista. Em cenas pra lá de tristes, Tohr demonstra o quanto está frágil em seu estado físico e psicológico, e não pensa em amar novamente. Entretanto, nosso herói descobre que sua shellan não foi para o Fade graças a ele, que não consegue se desprender das lembranças da fêmea. Em uma tarefa árdua de aprender a amar e lidar com seus próprios sentimentos, Tohr enfrentará um romance complicado com No’One, uma antiga conhecida de outros tempos.

A ligação entre No’One e Tohr é longa, portanto, para evitar spoilers, acho interessante que o leitor descubra por si só. A princípio a personagem mostra-se apática, mas aos poucos cresce e ganha voz na trama. O relacionamento é delicado e se sustenta por meio da paixão que nutrem um pelo outro – além de contarem com o empurrãozinho do anjo Lassiter, cujo propósito é unir os dois como meio de sua redenção para com o Criador. Lassiter é uma graça com seu humor debochado, seu jeito bonachão que, no fundo, esconde uma alma boa. Um personagem cativante e sedutor, que rendeu à história momentos de descontração e me fez ansiar que ele tivesse um livro próprio, algo já confirmado pela autora. Simplesmente amei todas as passagens de Lassiter na história.

A narrativa trouxe alguns diferenciais. O pulo no tempo, por exemplo, foi uma novidade. A relação dos protagonistas é bem estruturada e, portanto, mesmo se passando meses entre duas partes da história, não senti que tinha perdido algo. Além disso, o foco da trama ganha ares mais interessante com os novos vilões que já citei. Neste volume, quase não ouvimos falar do Ômega e seus redutores.

Infelizmente, devo discordar da maioria dos leitores que acharam a tradução ótima pela volta dos palavrões, uma vez que até o volume anterior as traduções eram suavizadas. De fato, encontrar um texto mais próximo do original – independente de qual estilo ele tenha –, é sempre um fato que, para mim, deva ser levado como prioridade máxima em uma tradução. Entretanto, a tradução, bem como a revisão, estava muito ruim. Houve elementos, por exemplo, em que o tradutor optou por deixar no original, mas no final da história ele mudou de ideia e traduziu-as. Como tradutora, para mim, ou deixa de um jeito, ou de outro. A revisão não ficou por menos: erros de digitação foram encontrados em várias páginas, o que tornou algumas passagens bizarras e dificultou minha leitura.

No fundo, não concordei com a decisão da autora em não trazer a Wesllie de volta, uma vez que ela já abriu essa exceção a outros personagens, mas gostei mesmo assim da história. Amante Renascido fala de luto, perdas e amizades. Depois de me decepcionar com os dois últimos livros, senti de volta aquele clima de irmandade que me conquistou. Um livro sensual, que aborda o lado emocional do luto de forma interessante e, ao mesmo tempo, nos brinda com momentos divertidos entre os irmãos. Já comecei ansiosíssima o próximo volume, que conta a trajetória de idas e vidas de um dos casais mais esperado: Blay e Qhuinn! Vale a pena ler…

Capa original:

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segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Desejo – Nicole Jordan

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- Ficha Técnica:

- Título Original: Desire

- 363 páginas

- Sinopse: Uma noiva relutante. Uma maldição de família. Uma paixão escaldante que não pode ser domada… Amante lendário e chefe de espionagem, o sombriamente sensual conde de Wycliff evita o matrimónio até que um encontro próximo com a morte o faz ansiar por um filho que perpetue o seu nome. No momento em que Lucian avista a atraente Brynn Caldwell numa praia da Cornualha, sabe que encontrou a mulher que quer para sua esposa. Brynn acredita que o fascínio daquele conhecido libertino por ela resulta de uma maldição com séculos que condena as mulheres da sua família a tentarem os homens – apenas para conduzirem aqueles que amam à morte. Obrigada por circunstâncias difíceis a casar com Lucian, Brynn entrega o corpo às suas carícias mas não se atreve a entregar-lhe o coração. Preso numa batalha de vontades com a sua encantadora mulher, Lucian começa a suspeitar que Brynn é uma traidora. Não tarda a ver-se atraído para uma teia de perigo e traição, na qual o preço de conquistar o coração esquivo da esposa pode ser a sua própria vida.

- Nota: clip_image004

Desejo é o terceiro livro da série Notorius. O segundo livro, Paixão, me decepcionou ao tal ponto que minhas expectativas pela continuação não eram tão altas. Felizmente, meu receio de que o terceiro livro pudesse ter seguido os mesmo passos de seu antecessor, se mostrou infundado. Desejo não só foi uma leitura viciante, com elementos muito bem desenvolvidos, como também o considero uma das melhores obras que já li da autora. A premissa é instigante e me fisgou logo nas primeiras páginas. O livro explora o envolvimento emocional de um casamento arranjado, regido pelas convenções formais da época e inserido num contexto repleto de erotismo narrado de forma elegante, além de trazer, de bônus, uma história com traições, segredos e uma terrível maldição.

Em Desejo, Brynn é amaldiçoada. Todos em Cornualha conhecem a calamidade que ronda as mulheres da família dela. Há dois séculos, Eleanor Stanhope fora amaldiçoada por roubar o amante de uma cigana. Ela e todas as mulheres descendentes da família estariam condenadas a enfeitiçar os homens e atrai-los para a morte. Pela sua beleza, Brynn sempre chamara à atenção de pretendentes, mas por causa da maldição ela os repele e se mantém em um certo isolamento da sociedade. Uma única vez, Brynn não se importou com a maldição, o que fora um erro. Seu primeiro e único pretendente morrera afogado, e Brynn jamais se perdoou pelo seu deslize. Desde então, ela evita qualquer atenção masculina e, principalmente, qualquer ideia de matrimônio.

Lucian está em Cornualha como um espião. Ele se depara com uma mulher seminua nadando em uma praia, e se fascina com o que vê. O primeiro encontro dos dois é explosivo. Mais tarde, Lucian descobre a verdadeira identidade de Brynn. Decidido a ter um herdeiro, após um episódio traumático de sua vida, Lucian se empenha em convencê-la a aceitar um matrimônio, ainda que, para isso, ele tenha que recorrer a certos subornos. Brynn não deseja se casar com um libertino como ele, não apenas pela maldição como também pelo caráter irritante de Lucien. Ele é frio e não se importa em concordar com um matrimônio unicamente pela geração de um herdeiro. Os dois não precisariam ter qualquer tipo de envolvimento emocional, se ela assim preferisse. O problema é que, aos poucos, Brynn cai na sedução de seu marido e começa a mudar seus pensamentos. Ela seria capaz de amá-lo e, assim, levá-lo a morte?

Um texto elegante, bem escrito, que trouxe alguns aspectos interessantes. Esse tipo de proposta –abordar um relacionamento sem amor –, traz muitos perigos caso não seja bem estruturado. Mas ao contrário de muitos motes que tornaram a leitura cansativa, Nicole Jordan soube construir, de forma satisfatória, um enredo embasado nas convenções sociais da época. O relacionamento é distante, cheio de brigas e com um toque de frieza que permeia boa parte da história. É importante ressaltar que esses elementos não tornaram os personagens indiferentes, e talvez este tenha sido o diferencial para que o livro se tornasse atraente. Apesar do envolvimento sem amor, garanto que Brynn e Lucien possuem uma química cativante.

O desenvolvimento do romance é gradativo. Lucien e Brynn possuem qualidades e defeitos que amamos e odiamos ao longo da história, porém essa característica os torna agradavelmente mais humanos. O relacionamento é cheio de tropeços. Lucien é sedutor, mas autoritário. Ele está acostumado a ver as coisas pelo lado prático, como o casamento – o que faz com que Brynn se sinta, nas próprias palavras dela, uma égua reprodutora.  Aos poucos, é perceptível uma mudança no comportamento do personagem e seu amadurecimento sobre diversos aspectos. Brynn, entretanto, muitas vezes me cansou com seu discurso pronto sobre a maldição. O jeito insensível e ríspido da personagem é irritante. Dá uma dózinha de Lucien no começo do livro! Se não fosse por isso, o livro poderia muito bem ser um cinco estrelas.

Algumas questões sociais são levantadas ao longo da história. Nicole Jordan aborda a posição social da mulher, suas escolhas e alguns discursos machistas – porém comuns à época –, sobre o papel da mulher no matrimônio. Temas interessantes que trouxeram algumas discussões pertinentes entre os personagens. Além disso, a autora recheia a história inserindo no enredo um contrabando de barras de ouro que estão sendo enviadas para o governo Francês afim de financiar o exército de Napoleão. Cabe a Lucien descobrir quem seria o traidor e, de um jeito que envolve ação e tensão, Brynn é jogada neste meio de traições e conspiração. A última parte da história é eletrizante.

A narrativa refinada trouxe cenas sensuais bem exploradas. Infelizmente, encontrei alguns erros na edição. Traduções e errinhos bobos são alguns dos problemas que ocorreram durante a leitura. Alguns diálogos são cortados; começam numa linha e se iniciam novamente na linha abaixo, o que por vezes me fez voltar na linha anterior para entender qual personagem estava discursando. Isso me incomodou bastante. Contudo, Desejo foi uma leitura muito boa. Fico feliz de não ter desisto da série após o segundo livro, o que seria uma pena. Com um enredo que conquista, devorei a história em pouquíssimo tempo. Já estou me sentindo um pouco órfã por ter terminado a leitura tão rápido, com certeza vale à pena.

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quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Peça-me o que quiser – Megan Maxwell

image- Ficha Técnica:

- Título Original: Pídeme lo que queiras

- 408 páginas

- Sinopse: Primeiro volume de uma trilogia, Peça-me o que quiser, da escritora espanhola Megan Maxwell, é um romance sobre desejo, paixão e erotismo sem limites. Lançada na Espanha em novembro de 2012, a trilogia é um sucesso de vendas no país, aparecendo em todas as listas de mais vendidos. Com tempero latino e uma abordagem excitante, a autora conta a história da secretária espanhola Judith Flores e seu chefe, o alemão Eric Zimmerman, também conhecido como Iceman: um homem muito sério e com os olhos azuis mais intensos e sexies que ela já viu. Recém-chegado ao comando da empresa Müller, antes dirigida por seu pai, Eric tem uma atração instantânea pelo jeito divertido de Judith e exigirá que ela o acompanhe nas viagens de trabalho pela Espanha. Mesmo sabendo que está se metendo numa situação arriscada, a ideia de estar ao lado de Iceman é irresistível. Com ele, a jovem viverá experiências sexuais até então inimagináveis, em um universo de fantasias eróticas pouco convencionais. Conciliando sexo e romantismo na medida exata, Peça-me o que quiser é uma história de amor cheia de encontros e desencontros, na qual os jogos eróticos, o voyeurismo e o desejo de ultrapassar todos os limites do prazer são os grandes protagonistas.

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Confesso que não tinha pretensões de ler Peça-me o que quiser, tampouco achei que fosse gostar. Comecei a leitura de mente aberta, talvez por isso não tenha me incomodado com o voyeurismo presente na história. Achei que, dentro do contexto, essa foi a melhor parte explorada pela autora. Quanto à construção do enredo, infelizmente não posso dizer o mesmo. A história prende e o relacionamento chega a entreter o leitor, porém a autora exagera e peca em tantos pontos que, no final, já não estava gostando tanto assim da história.

Para começar, a narrativa foi um grande problema. O texto é mal escrito. Peça-me o que quiser é repleto de clichês, mas não soube explorar de forma satisfatória nenhum deles – pelo contrário. As mesmas expressões e cenas aparecem em demasia, o que tornou a leitura arrastada, previsível e cansativa. Mesmo as cenas de sexo são repetitivas. Além disso, os personagens não se sustentam. O texto “apressado” da autora resulta em diálogos por vezes sofríveis e difíceis de acreditar.

As brigas entre o casal foram outro incômodo. Eric, embora um personagem a princípio atraente, trouxe um comportamento bipolar tão mal feito que tirou a credibilidade do personagem. Era quase um padrão saber que, após alguma cena de sexo, ele mudaria de humor de repente e implicaria com alguma besteira tão absurda que devo ter ficado com cara de “sério isso?" muitas vezes. Já Judith é um pouco mais coerente e gostei mais dela. A protagonista é ousada em seus comentários e, referente a outras personagens deste gênero, seu gênio forte e seu jeito mais decidido contaram pontos a seu favor. Não há melindres quanto ao sexo e Judith é bem decidida nessa parte.

O que eu gostei? Por incrível que pareça, do relacionamento deles. A exceção das brigas, Eric é um personagem que a respeita dentro do contexto da história. Em nenhum momento ele a engana sobre o tipo de relacionamento que teriam ou lhe dá falsas esperanças mas, ao mesmo tempo, há um envolvimento sutil entre eles bem explorado. Por isso, quando Eric a apresenta ao mundo do voyeurismo ele respeita o tempo dela para assimilar o que vê e, mais ainda, a decisão dela em querer fazer parte daquilo. E quando Judith decide que não quer algo, ele não a pressiona, embora aos poucos desmembra o mundo dele para ela. Esse tempo em que a personagem leva para aceitar e experimentar a prática foi aceitável e coerente, para mim. Como citado no livro, o importante é que os dois gostem e que curtam a experiência.

Peça-me o que quiser, embora com todos os defeitos, conseguiu me prender até dado momento. Da metade para o final, porém, a autora descamba e sua narrativa parece mais desleixada ainda. O final é previsível que cheguei a revirar os olhos. Não lerei a continuação por enquanto, mas acho uma pena que uma história com premissa interessante não foi explorada como merecia.

Capa original:

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