segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Desejo – Nicole Jordan

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- Ficha Técnica:

- Título Original: Desire

- 363 páginas

- Sinopse: Uma noiva relutante. Uma maldição de família. Uma paixão escaldante que não pode ser domada… Amante lendário e chefe de espionagem, o sombriamente sensual conde de Wycliff evita o matrimónio até que um encontro próximo com a morte o faz ansiar por um filho que perpetue o seu nome. No momento em que Lucian avista a atraente Brynn Caldwell numa praia da Cornualha, sabe que encontrou a mulher que quer para sua esposa. Brynn acredita que o fascínio daquele conhecido libertino por ela resulta de uma maldição com séculos que condena as mulheres da sua família a tentarem os homens – apenas para conduzirem aqueles que amam à morte. Obrigada por circunstâncias difíceis a casar com Lucian, Brynn entrega o corpo às suas carícias mas não se atreve a entregar-lhe o coração. Preso numa batalha de vontades com a sua encantadora mulher, Lucian começa a suspeitar que Brynn é uma traidora. Não tarda a ver-se atraído para uma teia de perigo e traição, na qual o preço de conquistar o coração esquivo da esposa pode ser a sua própria vida.

- Nota: clip_image004

Desejo é o terceiro livro da série Notorius. O segundo livro, Paixão, me decepcionou ao tal ponto que minhas expectativas pela continuação não eram tão altas. Felizmente, meu receio de que o terceiro livro pudesse ter seguido os mesmo passos de seu antecessor, se mostrou infundado. Desejo não só foi uma leitura viciante, com elementos muito bem desenvolvidos, como também o considero uma das melhores obras que já li da autora. A premissa é instigante e me fisgou logo nas primeiras páginas. O livro explora o envolvimento emocional de um casamento arranjado, regido pelas convenções formais da época e inserido num contexto repleto de erotismo narrado de forma elegante, além de trazer, de bônus, uma história com traições, segredos e uma terrível maldição.

Em Desejo, Brynn é amaldiçoada. Todos em Cornualha conhecem a calamidade que ronda as mulheres da família dela. Há dois séculos, Eleanor Stanhope fora amaldiçoada por roubar o amante de uma cigana. Ela e todas as mulheres descendentes da família estariam condenadas a enfeitiçar os homens e atrai-los para a morte. Pela sua beleza, Brynn sempre chamara à atenção de pretendentes, mas por causa da maldição ela os repele e se mantém em um certo isolamento da sociedade. Uma única vez, Brynn não se importou com a maldição, o que fora um erro. Seu primeiro e único pretendente morrera afogado, e Brynn jamais se perdoou pelo seu deslize. Desde então, ela evita qualquer atenção masculina e, principalmente, qualquer ideia de matrimônio.

Lucian está em Cornualha como um espião. Ele se depara com uma mulher seminua nadando em uma praia, e se fascina com o que vê. O primeiro encontro dos dois é explosivo. Mais tarde, Lucian descobre a verdadeira identidade de Brynn. Decidido a ter um herdeiro, após um episódio traumático de sua vida, Lucian se empenha em convencê-la a aceitar um matrimônio, ainda que, para isso, ele tenha que recorrer a certos subornos. Brynn não deseja se casar com um libertino como ele, não apenas pela maldição como também pelo caráter irritante de Lucien. Ele é frio e não se importa em concordar com um matrimônio unicamente pela geração de um herdeiro. Os dois não precisariam ter qualquer tipo de envolvimento emocional, se ela assim preferisse. O problema é que, aos poucos, Brynn cai na sedução de seu marido e começa a mudar seus pensamentos. Ela seria capaz de amá-lo e, assim, levá-lo a morte?

Um texto elegante, bem escrito, que trouxe alguns aspectos interessantes. Esse tipo de proposta –abordar um relacionamento sem amor –, traz muitos perigos caso não seja bem estruturado. Mas ao contrário de muitos motes que tornaram a leitura cansativa, Nicole Jordan soube construir, de forma satisfatória, um enredo embasado nas convenções sociais da época. O relacionamento é distante, cheio de brigas e com um toque de frieza que permeia boa parte da história. É importante ressaltar que esses elementos não tornaram os personagens indiferentes, e talvez este tenha sido o diferencial para que o livro se tornasse atraente. Apesar do envolvimento sem amor, garanto que Brynn e Lucien possuem uma química cativante.

O desenvolvimento do romance é gradativo. Lucien e Brynn possuem qualidades e defeitos que amamos e odiamos ao longo da história, porém essa característica os torna agradavelmente mais humanos. O relacionamento é cheio de tropeços. Lucien é sedutor, mas autoritário. Ele está acostumado a ver as coisas pelo lado prático, como o casamento – o que faz com que Brynn se sinta, nas próprias palavras dela, uma égua reprodutora.  Aos poucos, é perceptível uma mudança no comportamento do personagem e seu amadurecimento sobre diversos aspectos. Brynn, entretanto, muitas vezes me cansou com seu discurso pronto sobre a maldição. O jeito insensível e ríspido da personagem é irritante. Dá uma dózinha de Lucien no começo do livro! Se não fosse por isso, o livro poderia muito bem ser um cinco estrelas.

Algumas questões sociais são levantadas ao longo da história. Nicole Jordan aborda a posição social da mulher, suas escolhas e alguns discursos machistas – porém comuns à época –, sobre o papel da mulher no matrimônio. Temas interessantes que trouxeram algumas discussões pertinentes entre os personagens. Além disso, a autora recheia a história inserindo no enredo um contrabando de barras de ouro que estão sendo enviadas para o governo Francês afim de financiar o exército de Napoleão. Cabe a Lucien descobrir quem seria o traidor e, de um jeito que envolve ação e tensão, Brynn é jogada neste meio de traições e conspiração. A última parte da história é eletrizante.

A narrativa refinada trouxe cenas sensuais bem exploradas. Infelizmente, encontrei alguns erros na edição. Traduções e errinhos bobos são alguns dos problemas que ocorreram durante a leitura. Alguns diálogos são cortados; começam numa linha e se iniciam novamente na linha abaixo, o que por vezes me fez voltar na linha anterior para entender qual personagem estava discursando. Isso me incomodou bastante. Contudo, Desejo foi uma leitura muito boa. Fico feliz de não ter desisto da série após o segundo livro, o que seria uma pena. Com um enredo que conquista, devorei a história em pouquíssimo tempo. Já estou me sentindo um pouco órfã por ter terminado a leitura tão rápido, com certeza vale à pena.

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