sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Cinquenta tons de cinza – E. L. James

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- Ficha Técnica:

- Título Original: Fifty Shades of Grey

- N° de páginas: 455

- Sinopse: Quando Anastásia Steele entrevista o jovem empresário Christian Grey, descobre nele um homem atraente, brilhante e profundamente dominador. Ingênua e inocente, Ana se surpreende ao perceber que, a despeito da enigmática reserva de Grey, está desesperadamente atraída por ele. Incapaz de resistir à beleza discreta, à timidez e ao espírito independente de Ana, Grey admite que também a deseja - mas em seus próprios termos. Chocada e ao mesmo tempo seduzida pelas estranhas preferências de Grey, Ana hesita. Por trás da fachada de sucesso - os negócios multinacionais, a vasta fortuna, a amada família -, Grey é um homem atormentado por demônios do passado e consumido pela necessidade de controle. Quando eles embarcam num apaixonado e sensual caso de amor, Ana não só descobre mais sobre seus próprios desejos, como também sobre os segredos obscuros que Grey tenta manter escondidos.

- Nota:image

Cinquenta tons de cinza é um livro que, a exceção dos mais leigos, dispensa apresentações sobre seu enredo para os leitores de hoje. Sucesso mundial de vendas, o livro sobre uma adolescente inocente na arte do sexo e sobre um empresário multimilionário Dominador marcou a literatura erótica e impulsionou o mote BDSM para outros livros no estilo. Agora, próximo da estreia nas telas de cinema, Cinquenta tons de cinza ainda gera debates polêmicos pela essência de sua natureza.

Ao começar a leitura, fui na corrente da maioria dos críticos, abandonando a história logo no começo. As expressões repetidas, a história contada as margens de uma fan fic de crepúsculo, as cenas incoerentes e tantos outros aspectos relevantes – e que prejudicam a história nas primeiras páginas –, quase me fez abandonar de vez a trilogia, ainda que o tema me interessasse. Apesar das falhas, muitos alegaram que a história e a escrita melhoravam nos volumes seguintes. De fato, o segundo e o terceiro livro conseguem alcançar um ponto onde Cinquenta Tons de Cinza fracassa a maior parte do tempo.

Agora, tendo os três livros em mãos e com isso a oportunidade de relê-los, fui até as últimas páginas de Cinquenta tons de cinza. A escrita soa amadora, é verdade, mas há um pequeno salto considerável e perceptível na melhora do texto a partir da metade do livro em diante. Alguns vícios de linguagem ainda são mantidos, e a tal “deusa interior” com frequência soa irritante, mas a história passa a adquirir voz própria, e os personagens, suas próprias personalidades. Grey é sedutor pelo simples fato de ser sombrio e misterioso. Anastasia traz a essência de uma garota que se aventura em um mundo desconhecido – um mundo de prazeres sexuais restritos, do qual seu corpo se excita, mas que sua mente, ao longo da história, reluta em aceitar.

São cenas eróticas envolvendo bondage, submissão e os mais diversos “castigos” que terminam em prazer a ambos. Sexo fora dos padrões, mas que excita pela relação entre os personagens e pela caricatura imposta entre Dominador e Submissa. Tudo consentido, e os limites são previamente estipulados de ambas as partes. Mas o que parece encantar e diferenciar Cinquenta tons de cinza dos demais livros eróticos está justamente no equilíbrio que eu, particularmente, quase não encontro neste gênero: a história em contrapartida ao sexo. Enquanto muitos livros tornam o sexo como ponto central –, Cinquenta tons de cinza consegue trazer um meio termo razoável com um enredo envolto em um romance intenso, personagens interessantes e, de bônus,  cenas de sexo para lá de quentes.

A relação conturbada e os dilemas que envolvem o relacionamento BDSM dentro do contexto do termo são bem apresentados na história. Anastasia luta contra o seu consciente, ao mesmo tempo em que se aventura no mundo particular de Grey. Os dois juntos resultam em uma combinação cheia de dúvidas e receios, mas também proporcionam ao leitor uma relação com um leve ar cotidiano, que encanta e fascina pelos diálogos e pela atenção que dedicam um ao outro. Atrelado ao psicológico de Grey – um dos pontos mais alto da história, Cinquenta tons de cinza soa, para mim, uma combinação forte entre o doce e o amargo. Não parece muito para criar tamanha atenção dos críticos, tampouco para receber o prêmio de melhor livro do ano. É um romance de banca mais apimentado, que que atinge seu propósito, conseguindo agradar como tal.

Capa original:

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