segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Amante Renascido – J. R. Ward

image- Ficha Técnica:

- Título Original: Lover Reborn

- 704 páginas

- Sinopse: Das sombras da noite em Caldwell, Nova York, desenrola-se uma furiosa guerra entre vampiros e seus assassinos. Há uma irmandade secreta, sem igual, formada por guerreiros vampiros defensores de sua raça. Desde a morte de sua shellan, Tohrment tornou-se irreconhecível. Fisicamente abalado e com o coração partido, ele é levado de volta para a Irmandade pelo anjo Lassiter. Agora, lutando com uma fúria implacável, ele está preparado para enfrentar outra tragédia. Ao descobrir que sua amada está presa em um submundo frio e isolado, Tohr procura o anjo na esperança de salvá-la. No entanto, quando Lassiter lhe diz que ele precisa aprender a amar outra fêmea para libertar sua antiga parceira, Tohr percebe que eles estão condenados. Mas ele não esperava que uma mulher intrigante e sexy começasse a mexer co seus instintos adormecidos. Em meio a uma guerra violenta contra os redutores e um novo clã de vampiros competindo pelo trono do Rei Cego, Tohr divide-se entre o amor antigo e um futuro arrebatador. Será que ele se entregará a essa nova paixão e conseguirá libertar a todos?

- Nota: clip_image004

Esperava ansiosamente por esse livro. De todos os personagens criados pela autora, tenho uma admiração particular por Tohr, não somente pelo caráter singular – e claro que isso soa redundante quando a autora tece minuciosamente uma personalidade marcante para cada um de seus personagens –, que confere à este uma figura sólida e sábia em meio a tantos personagens brincalhões, como também pela história que acentua o drama romântico, uma vez que, até o terceiro livro - e diferente de todos os personagens -, Tohr já era vinculado à uma shellan.

Caso você jamais tenha ouvido falar sobre, ou lido qualquer livro da Irmandade, a minha resenha certamente soará confusa e cheia de spoilers. IAN é uma série longa com terminações próprias, inserida em um contexto de rituais, leis e sistemas arcaicos que contrastam com as características tecnológicas e sociais dos dias de hoje. Sou fã dessa mistura da autora, acho que ela equilibra muito bem o mundo particular de sua autoria em paralelo a sociedade em que vivemos.

Nos dois últimos livros – Amante Meu e Amante Desperta –, senti uma falta imensa de uma interação maior dos personagens paralelos e de mais ação, o que acabou pesando pontos negativos na minha leitura. Em Amante Renascido, felizmente, a autora volta a destacar o relacionamento da Irmandade, principalmente porque, neste livro, o Rei sofre um atentado e deixa todos mais atentos aos laços de amizades e perdas. Quanto à ação, embora Amante Renascido se dedique à relação delicada entre No’One e Tohr, o livro não decepciona com uma trama bem elaborada, que conta com doses de ação e muitas conspirações. Aliás, neste aspecto, os novos vilões contra a Irmandade são bem vindos e prometem mais agito à história.

Tohr é um personagem solitário, que se agarra ao seu luto eterno como forma de consolo a perda de sua shellan. A tristeza e a dor são obstáculos que permeiam uma característica melancólica ao protagonista. Em cenas pra lá de tristes, Tohr demonstra o quanto está frágil em seu estado físico e psicológico, e não pensa em amar novamente. Entretanto, nosso herói descobre que sua shellan não foi para o Fade graças a ele, que não consegue se desprender das lembranças da fêmea. Em uma tarefa árdua de aprender a amar e lidar com seus próprios sentimentos, Tohr enfrentará um romance complicado com No’One, uma antiga conhecida de outros tempos.

A ligação entre No’One e Tohr é longa, portanto, para evitar spoilers, acho interessante que o leitor descubra por si só. A princípio a personagem mostra-se apática, mas aos poucos cresce e ganha voz na trama. O relacionamento é delicado e se sustenta por meio da paixão que nutrem um pelo outro – além de contarem com o empurrãozinho do anjo Lassiter, cujo propósito é unir os dois como meio de sua redenção para com o Criador. Lassiter é uma graça com seu humor debochado, seu jeito bonachão que, no fundo, esconde uma alma boa. Um personagem cativante e sedutor, que rendeu à história momentos de descontração e me fez ansiar que ele tivesse um livro próprio, algo já confirmado pela autora. Simplesmente amei todas as passagens de Lassiter na história.

A narrativa trouxe alguns diferenciais. O pulo no tempo, por exemplo, foi uma novidade. A relação dos protagonistas é bem estruturada e, portanto, mesmo se passando meses entre duas partes da história, não senti que tinha perdido algo. Além disso, o foco da trama ganha ares mais interessante com os novos vilões que já citei. Neste volume, quase não ouvimos falar do Ômega e seus redutores.

Infelizmente, devo discordar da maioria dos leitores que acharam a tradução ótima pela volta dos palavrões, uma vez que até o volume anterior as traduções eram suavizadas. De fato, encontrar um texto mais próximo do original – independente de qual estilo ele tenha –, é sempre um fato que, para mim, deva ser levado como prioridade máxima em uma tradução. Entretanto, a tradução, bem como a revisão, estava muito ruim. Houve elementos, por exemplo, em que o tradutor optou por deixar no original, mas no final da história ele mudou de ideia e traduziu-as. Como tradutora, para mim, ou deixa de um jeito, ou de outro. A revisão não ficou por menos: erros de digitação foram encontrados em várias páginas, o que tornou algumas passagens bizarras e dificultou minha leitura.

No fundo, não concordei com a decisão da autora em não trazer a Wesllie de volta, uma vez que ela já abriu essa exceção a outros personagens, mas gostei mesmo assim da história. Amante Renascido fala de luto, perdas e amizades. Depois de me decepcionar com os dois últimos livros, senti de volta aquele clima de irmandade que me conquistou. Um livro sensual, que aborda o lado emocional do luto de forma interessante e, ao mesmo tempo, nos brinda com momentos divertidos entre os irmãos. Já comecei ansiosíssima o próximo volume, que conta a trajetória de idas e vidas de um dos casais mais esperado: Blay e Qhuinn! Vale a pena ler…

Capa original:

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