- Ficha Técnica:
- Título Original: The Sea of Tranquility
- N° de páginas: 368
- Sinopse: Nastya Kashnikov foi privada daquilo que mais amava e perdeu sua voz e a própria identidade. Agora, dois anos e meio depois, ela se muda para outra cidade, determinada a manter seu passado em segredo e a não deixar ninguém se aproximar. Mas seus planos vão por água abaixo quando encontra um garoto que parece tão antissocial quanto ela. É como se Josh Bennett tivesse um campo de força ao seu redor. Ninguém se aproxima dele, e isso faz com que Nastya fique intrigada, inexplicavelmente atraída por ele. A história de Josh não é segredo para ninguém. Todas as pessoas que ele amou foram arrancadas prematuramente de sua vida. Agora, aos 17 anos, não restou ninguém. Quando o seu nome é sinônimo de morte, é natural que todos o deixem em paz. Todos menos seu melhor amigo e Nastya, que aos poucos vai se introduzindo em todos os aspectos de sua vida. À medida que a inegável atração entre os dois fica mais forte, Josh começa a questionar se algum dia descobrirá os segredos que Nastya esconde – ou se é isso mesmo que ele quer.
- Nota: |
Mar da Tranquilidade, da autora Katja Millay, é um sick-lit bem estereotipado na proposta do gênero: o enredo traz uma narrativa cujo relato emocional da protagonista transparece em sentimentos como dor, apatia, medo e até mesmo raiva de si próprio e do mundo a sua volta. A indiferença as pessoas e a autodepreciação são as características mais marcantes, e estão presentes em uma personagem em que o passado misterioso e cruel é desmembrado lentamente ao longo da história. Eu já comentei aqui uma vez que não gosto desse tipo de enredo – especialmente pelas características melancólicas do gênero. Mar da Tranquilidade não foi a exceção.
Nastysa é uma garota que mudou-se para uma nova cidade com sua tia. Ela não fala, mas não porque nasceu muda. Ela simplesmente decidiu parar de falar desde o que ocorrera quanto tinha 15 anos. Sua vida perdeu a cor, seus amigos sumiram e ela não se importa com as pessoas da nova escola – nem o que estes dizem a respeito de sua roupa preta decotada ou de sua maquiagem pesada. Todo dia Nastysa deseja ter morrido desde o ocorrido – e, acredite, enfrentar uma nova escola é o menor dos males. É lá que ela conhece Josh, um garoto que fará com que as coisas comecem a mudar em sua vida.
Josh não parece muito sociável. Quieto e misterioso, o rapaz carrega um passado traumático, mas, após um encontro forçado e inusitado entre os dois, Josh e Nastysa começam a se aproximar. O relacionamento gradativo transforma duas almas perdidas e lhes dão a chance de um novo recomeço. Porém, Nastysa precisará enfrentar o seu passado antes de seguir em frente – de dar a si própria a chance de um recomeço. Seria possível deixar tanta dor, ódio e sofrimento para trás? Será que algum dia ela seria capaz de ter uma vida normal novamente?
Narrado em primeira pessoa, sob pontos de vista alternados, Mar da Tranquilidade é uma história morna e apática. O tom delicado que a autora se propõe a passar confere um ritmo lento à história. Tanto o psicológico de cada personagem, quanto o envolvimento emocional entre eles, é ditado por passos sutis e quase imperceptíveis. A evolução da história parece não ocorrer, e tive a impressão, muitas vezes, de ficar estagnada num mesmo ponto. Aliás, a leitura só foi possível porque trapaceei e dei uma espiada no final para saber o que, de fato, ocorreu no passado da protagonista. A todo momento a autora nos fornece algumas pistas, mas fica a sensação do leitor ser enrolado para estender este mistério até as últimas páginas.
Por sem bem escrito, a leitura não foi de todo maçante. Mar da Tranquilidade é o relato emocional e por vezes tocante da dor e do sofrimento de uma pessoa que teve o seu psicológico abalado de forma cruel. A história aborda o luto pessoal e a recuperação gradativa de alguém cuja vida foi destruída em algum momento. Neste ponto, o livro atingi sua proposta. Porém, Mar da Tranquilidade peca por levantar outros elementos – como o romance, por exemplo -, e não explorá-los de forma satisfatória. Josh e Nastysa até possuem um bom entrosamento, mas falta aos dois um aprofundamento maior. Os dois passam a maior parte da história sem de fato se conhecerem, e levam muito tempo para engatarem diálogos mais concisos e interessantes.
No final, quando os segredos vêem a tona, tudo parece muito abrupto e terminado de forma conveniente. O desfecho para determinado personagem – uma peça chave do livro -, ficou à margem da história. Se no começo a autora desliza por se prolongar muito, nas últimas páginas a solução para resolver as questões propostas parecem apressadas, sem o cuidado que um tema deste requer. Enfim, Mar da Tranquilidade foi uma leitura muito mediana, cheia de altos e baixos.
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