* Título Original: Sweet Savage Love
A missão de Steve Morgan era saquear a caravana Brandon, impedindo que as armas e munições chegassem às mãos do Exército Francês, responsável pela coroação de Maximiliano como imperador do México. Reconhecido por Virgínia, filha do senador Brandon, como o guia que abandonara a expedição, Steve Morgan a toma como refém, garantindo seu poder de ação enquanto revolucionário mexicano. Impelidos por uma atração física que se sobrepunha a qualquer moral ou sentimento, tornam-se amantes, entrelaçando cada vez mais suas vidas. Capturados, Virgínia sofre todo tipo de pressão para testemunhar contra seu companheiro e, num último recurso, se prostitui, entregando-se a todos aqueles que pudessem salvar a vida e Steve.
Talvez este seja um dos livros mais difíceis que vou resenhar. Bom, primeiro porque se trata de um “romance” nada convencional, segundo porque de fato, mexeu bastante comigo.
Primeiramente, de bonitinho o romance não tem é nada. Parece que quando alguém diz: “Olha, não leia, achei muito forte”, você é atraída a fazer justamente ao contrário, e foi o que aconteceu no meu caso. Quem gosta de algo forte, mais turbulento, talvez goste do livro. Ele contém cenas de estupro, surras, tortura e uma boa dose de romance selvagem. (como o próprio título diz).
O cenário é o México, quando Steve Morgan é contratado para saquear uma caravana. Para seu plano dar certo, ele se passa por um dos cocheiros, onde conhece Virginia, uma moça que a início do livro é a própria pureza em pessoa, por assim dizer. Mas quando Steve precisa levá-la como refém, a história no livro muda drasticamente.
Steve é o mocinho mais vilão que eu já li em algum livro. Ele não é amável, apesar do que muitas pessoas acharam, eu achei que não houve amor nenhum por parte dele, apenas o desejo sexual pela mocinha, que passa a ser estuprada por ele (outras vezes com consentimento mútuo), e mais tarde por outros homens. A maior parte da história Steve a deixa trancada em um quarto de bordel, e vai se divertir com outras mulheres.
O que mais me irritou no livro, foi a autora ter construído uma personagem a início decente, inocente, e aos poucos, devido a tantos estupros, tantas surras, tanto sofrimento que ela teve que suportar ao longo da história, começa a achar comum aquela vida e a usar o próprio corpo para conseguir tudo que deseja. Não que ela se revolte, não que ela fique traumatizada, não que ela tente superar isso com a ajuda de Steve… ela simplesmente passa a achar comum.
Achei bem forte e não consegui terminar as últimas 100 páginas. Fiquei alguns dias remoendo a história, só depois voltei a ler, mas não me surpreendi pelo final.
O tema de abuso é bem delicado, mas tratado em diversos livros como Depois da escuridão, Carícia do Vento, Such a Pretty Girl , e por aí vai, mas a diferença entre um e outro podem ser gritantes. Dependendo de como abordado, você pode odiar ou realmente gostar do livro. Um exemplo é “Depois da escuridão” (Sidney Sheldon), outro como “A Carícia do Vento” (Janet Dailey), este último um romance de banca que aborda os mesmos assuntos (embora não de um modo tão forte, mas com uma mesma narrativa crua), e ambos os livros gostei muito. Opiniões a parte, Amor Selvagem foi pra mim uma leitura difícil mesmo com uma boa narrativa, exagerada, ao mesmo tempo real e perturbadora, até. Nunca vi uma personagem que foi tão maltratada pela sua autora, um mocinho que não é mocinho, aquele verdadeiro “anti-herói”, e realmente é preciso ter uma cabeça preparada para ler o livro.
Série “Morgan / Challenger” (apenas Amor Selvagem foi publicado no Brasil)
1 - Sweet Savage Love
2 - Dark Fires
3 - Wicked Loving Lies
4 - Lost Love, Last Love
5 - Bound by Desire
6 - Savage Desire
Cotação:
Obs: Sobre eu ter dado 3 estrelas… sempre costumo dizer que, quando a autora consegue fazer com que a gente goste demais do livro, ou que a gente odeie demais – no sentindo de mexer com a gente, então de fato o autor(a) conseguiu passar sua mensagem e mostrar seu trabalho, como achei que foi o caso. ;) (mesmo que eu tenha ficado com muita raiva mesmo do livro, rs)