segunda-feira, 4 de março de 2013

O Príncipe da Névoa – Carlos Ruiz Zafón

image- Ficha Técnica:

- 180 páginas

- Título Original:

- Sinopse: A nova casa dos Carver é cercada por mistério. Ela ainda respira o espírito de Jacob, filho dos ex-proprietários, que se afogou. As estranhas circunstâncias de sua morte só começam a se esclarecer com o aparecimento de um personagem do mal - o Príncipe da Névoa, capaz de conceder qualquer desejo de uma pessoa, a um alto preço.

- Nota: image

O Príncipe da Névoa é o primeiro livro escrito pelo autor Carlos Ruiz Zafón. Eu adoraria fazer comparações com suas outras obras, mas não cheguei a ler nenhuma – ainda que incentivos não faltem. Entretanto, só posso supor que de uma escrita singela e uma narrativa agradável ao leitor, o escritor tenha apenas melhorado. O Príncipe da Névoa leva traços simples, mas nem por isso foi menos gostoso de se ler.

Max é um jovem garoto que se mudou com a família para uma vilarejo, na tentativa de fugir da guerra. Seu pai é o único que parece entusiasmado com a mudança, ainda que todos estivessem fazendo algum esforço. Andreia lhe apoia, Irina rapidamente entra no clima ao adotar um gato de rua e Alicia nos passa a ideia da típica irmã mais velha que adora virar a cara e reclamar das mais simples coisas da vida. Max, por sua vez, tenta se adaptar a essa ideia e até faz uma nova amizade.

Ao lado de Roland, Max descobre sobre seu novo lar mas, principalmente, descobre sobre os restos de um navio naufragado. E enquanto vai desvendando mais por trás da história do navio, coisas estranhas começam a acontecer com sua família. Irina sofre um acidente, Alicia sonha com um palhaço e Max está certo de que as estátuas no jardim se movem. Depois, ao encontrar estranhos filmes sobre a casa na garagem porão, ele percebe que há muito mais mistérios do que o local aparenta. Ou, como Copérnico é citado, “havia muitas e muitas coisas que escapavam a compreensão humana”.

O Príncipe da Névoa é um livro curto, terminei de lê-lo em dois dias. A escrita é fluída, porém suave, sem tentativas de rebuscamento. Achei um tom ideal para uma história juvenil de suspense, ainda que talvez toda essa simplicidade possa ser confundida vez ou outra com a escrita – na época –, iniciante do autor. Relembrando, eu não li os livros do Zafón, mas acredito que sua marca tenha amadurecido. Ainda assim, não há qualquer traço negativo em sua forma de contar uma história onde o autor nos apresenta pouco a pouco os acontecimentos misteriosos para que, no final, eles se entrelaçam de uma forma delicada e sem pontas soltas.

Embora seja narrado em terceira pessoa, a história é contada de tal forma que o leitor se sente na visão de um garoto de 13 anos. Seus pensamentos com relação a irmã, o melhor amigo ou o mistério que cercava o navio Orpheus, tudo carrega uma narrativa leve e despretensiosa, com a atmosfera própria de um menino decidido a entrar na aventura e desvendar esse mistério. Por mais que Max seja o protagonista, o autor nos mostra que os demais personagens também ganham sua dose de importância ao longo da leitura.

Zafón consegue, em poucas páginas, brincar com o drama, romance, suspense, aventura, amizade e magia. Eu gostei da proposta e os ingredientes se encaixaram sem que um engolisse o outro. Porém, é na aventura e suspense onde o autor da voz aos mistérios que rondam a casa, ao armário do quarto de Irina, ao estranho gato ou o jardim de estátuas. Um dos motivos para que eu evite livros de suspense – com um toque de terror –, é pela ansiedade que eles me causam. Mesmo sendo bem mais leve do que até outros do gênero, com O Príncipe da Névoa não foi diferente. O autor conseguiu me prender e o resultado foi um livro devorado em pouco dias.

É difícil fazer uma resenha de um livro tão curto sem deixar escapar qualquer spoiler. Porém, sem distinção de idade, a mensagem é clara: Ação e reação, causa e consequência e, principalmente, a ganância. O final é cheio de ação, e nesse momento percebi que Carlos não se preocupa tanto com a coerência e se arrisca no imaginário e surreal. Deu certo. Se tratando de uma aventura juvenil isso não parece forçado, pelo contrário. A história é ótima, fiquei encantada com a ideia e como tudo se encaixou perfeitamente na proposta.  Para qualquer leitor, mesmo aqueles não acostumados a leitura do gênero, no mínimo vai sentir uma certa pontada de nostalgia, arrisco até dizer um pouco de melancolia. O livro poderia ter facilmente se fechado em um único livro, mas a promessa de continuação é o toque final para nos deixar na vontade pelo segundo volume. Adorei.

Capa original:

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