terça-feira, 10 de setembro de 2013

O Teorema Katherine – John Green

image- Ficha Técnica:

- Título Original: An abundance of Katherines

- 302 páginas

- Sinopse: Após seu mais recente e traumático pé na bunda - o décimo nono de sua ainda jovem vida, todos perpetrados por namoradas de nome Katherine - Colin Singleton resolve cair na estrada. Dirigindo o Rabecão de Satã, com seu caderninho de anotações no bolso e o melhor amigo no carona, o ex-criança prodígio, viciado em anagramas e PhD em levar o fora, descobre sua verdadeira missão: elaborar e comprovar o Teorema Fundamental da Previsibilidade das Katherines, que tornará possível antever, através da linguagem universal da matemática, o desfecho de qualquer relacionamento antes mesmo que as duas pessoas se conheçam.
Uma descoberta que vai entrar para a história, vai vingar séculos de injusta vantagem entre Terminantes e Terminados e, enfim, elevará Colin Singleton diretamente ao distinto posto de gênio da humanidade. Também, é claro, vai ajudá-lo a reconquistar sua garota. Ou, pelo menos, é isso o que ele espera.

- Nota: image

[OFF TOPIC]

Quando se trata de John Green, ainda me sinto dividida entre a satisfação encontrada ao ler Will & Will – uma obra divertida, inteligente e leve, que não chegou de fato a me tornar fã do autor, porém me agradou muito –, e, agora, a decepção ao ler O Teorema Katherine. Embora o autor prime pelo mesmo estilo narrativo de uma maneira solta e fluída, a estrutura da história e os poucos acontecimentos marcantes tornaram O Teorema Katherine uma história muito arrastada e desinteressante. Além disso, há certo toque de pedantismo irritante que falarei mais para frente.

A história retrata a vida de Colin e seus dezenove relacionamentos com dezenove Katherines. Colin é um superdotado; sua inteligência acima de média o tornou um garoto solitário, de poucos amigos. Ao terminar com sua última Katherine, Colin está depressivo, desmotivado para tudo. É seu amigo Hassan quem consegue tirar o rapaz da tristeza com uma ideia em mente: os dois viajariam sem rumo, conhecendo lugares novos. Na viagem, Colin começa a desenvolver um teorema que mostraria quando um relacionamento terminaria e qual dos dois iria fazê-lo.

A abordagem de John Green prima por um estilo mais “desleixado”. Sua narrativa é solta, cheia de notas de rodapés onde, por vezes, o autor “dá pitaco” sobre seu próprio protagonista. Há observações tolas que soam engraçadas, outras que pareceram, na minha visão, desnecessárias. O leitor também encontrará comentários aleatórios sobre algum fato recorrente na história e uma atenção especial para os vários termos encontrados ao longo do livro – em geral o islamismo – cujo próprio autor tratou de explicá-las em suas notas.

De início achei interessante o modo como o autor prometia conduzir sua história. Trazendo  um clima on the road, onde o protagonista cai na estrada e agrega alguma mensagem ao longo da narrativa, me diverti nas primeiras páginas com o jeito afoito de Hassan e o comportamento introvertido de Colin. Este, como admite mais para frente, está em busca de reconhecimento pela sua genialidade e seu teorema que inventa para explicar matematicamente quando uma pessoa terminaria com a outra em um relacionamento amoroso. Entretanto, esse estilo inusitado, que prometia uma boa história, acabou caindo no vazio.

Determinados argumentos utilizados na construção do enredo me pareceram forçados demais. Colin teve dezenove namoradas antes mesmo dos vinte anos, porém mal consegue manter um diálogo interessante com seu melhor amigo ou qualquer outra pessoa de sua idade. Os dois, durante a viagem, passam a morar em uma mansão cuja dona oferece a eles – até então dois desconhecidos –, um emprego que pagaria quinhentos dólares por semana apenas para entrevistar algumas pessoas. Infelizmente, para mim, ficou pouco crível aceitar estas e outras situações singulares que permeiam a história. O leitor que não implicar com as peculiaridades certamente será mais feliz na leitura do que eu fui.

Fiquei com a impressão que John Green estava mais preocupado em inserir alguma metáfora na história do que desenvolvê-la propriamente. Embora a narração seja fluída, o ritmo é lento, poucas coisas de fato acontecem, o que me desanimou com a leitura. O protagonista é enervante com sua monotonia e seus comentários que não agregam ou transmitem algum vínculo com o leitor - o que, por consequência, fez com que eu o detestasse. O pedantismo ao qual me refiro fica justamente por conta de Colin e seus cálculos matemáticos, cálculos estes verdadeiros, já que o próprio autor afirma que pediu ajuda a um de seus amigos da área. As páginas semeadas de matemática me pareceu uma tentativa de elevar a história a um conhecimento rebuscado e, por mim, dispensável. Fiquei me perguntando quantas pessoas realmente pararam para absorver o conteúdo das fórmulas.

Caso fosse tirar alguma mensagem de O Teorema Katherine, eu diria que a história fala sobre pessoas que tentam o reconhecimento pelos seus talentos, que procuram ser alguém neste mundo e deixar sua marca na história. Quantas pessoas não sonham com isso? Porém quanto a trama, John Green deixou muito a desejar. O Teorema Katherine passou longe de ser meu livro favorito e, por enquanto, me privo de suas obras. Uma pena.

Capa original:

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5 comentários:

  1. Apesar do livro também ter passado longe dos meus favoritos, gostei para caramba da leitura. Foi meu primeiro contato (e até então único) com John Green e achei a narrativa dele bem gostosa, leve e fluida. Gostei do enredo, com suas pequenas imperfeições, mas o que mais apreciei no livro foram os personagens. Esses sim achei que se destacaram mais que a própria história.
    Se os acontecimentos são críveis ou não, eu realmente não cheguei a pensar muito sobre o fato, porque dentro do universo do livro eles não me incomodaram. Há livros em que o próprio universo da trama não faz com que os acontecimentos convençam o leitor, mas, para mim, não foi o caso com O Teorema.

    Um beijo! Livro Lab

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    Respostas
    1. Oi Aline,

      Se você gostou do O Teorema..., acho que você vai amar Will & Will então! :) Ainda quero ler A Culpa... já que todos falam ser o melhor dele, mas por enquanto vou dar um tempo de John Green rsrs. Infelizmente não consegui curtir, levei semanas pra ler =/ Acontece...

      Obg pelo comentário. Beijos! :*

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  2. Gostei do post, ainda criando coragem de fazer dos meus livros. Mas, não gosto muito do tipo de escrita do John Green, não sei se depois de "A culpa é das estrelas" eu leria outro livro dele, não sei..

    Abraços, Sucesso!

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  3. Olá Bruna
    Eu sou um dos que virou fã do John Green, e só de saber que um livro tem ele como autor já me anima a comprar.
    Este seria o próximo livro dele que leria, mas confesso que vou procurar mais informações pois acabei dando uma desanimada agora.
    Estou seguindo seu blog para acompanhar as atualizações e sempre que puder fazer uma visita.
    Abraços

    http://reaprendendoaartedaleitura.blogspot.com.br/

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  4. Poxa Bruna, esse é o livro que falta pra minha coleção "John Green", rs. Apesar de o livro não ter te "encantado" eu gostei da sua resenha! Gosto de livros que tenham esse toque "on the road" e, apesar dos pequenos detalhes sem nexo, acho que vou gostar dessa narrativa despreocupada, acho que preciso disso.
    Mas por enquanto vou ler os que tenho aqui. Gostei muito de ACEDE e quero ler "Cidades de Papel", espero gostar!

    Beijos e obrigada por compartilhar sua opinião!
    :*

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