segunda-feira, 29 de julho de 2013

Perdida – Carina Rissi

image- Ficha Técnica:

- 362 páginas

- Sinopse: Sofia vive em uma metrópole, está habituada com a modernidade e as facilidades que isto lhe proporciona. Ela é independente e tem pavor a menção da palavra casamento. Os únicos romances em sua vida são os que os livros lhe proporcionam. Mas tudo isso muda depois que ela se vê em uma complicada condição. Após comprar um novo aparelho celular, algo misterioso acontece e Sofia descobre que está perdida no século XIX, sem ter ideia de como ou se voltará. Ela é acolhida pela família Clarke, enquanto tenta desesperadamente encontrar um meio de voltar para casa. Com a ajuda de prestativo Ian, Sofia embarca numa procura as cegas e acaba encontrando algumas pistas que talvez possam leva-la de volta para casa. O que ela não sabia era que seu coração tinha outros planos...

- Nota: clip_image004

Embora tivesse em mente uma abordagem diferente, Perdida, da autora Carina Rissi, me conquistou logo no começo. Esperava um livro mais denso e um contexto histórico que se prendesse a determinadas características da época, bem como o comportamento dos personagens naquele tempo. Porém, o que encontrei foi uma história leve, que recria o conto de fadas do príncipe encantado. Dentro dessa composição, o livro foi uma leitura deliciosa e ótima do início ao fim.

Narrado em primeira pessoa, a história de Sofia é escrita de maneira descontraída, visto que acompanhamos tudo sob a ótica e pensamentos da mesma. Suas impressões e experiências vividas no século dezenove pincelam um texto de humor leve que, em diversos momentos, provoca tiradas engraçadas. Gostei muito de Sofia - a personagem é carismática, espontânea e muitas vezes audaciosa. Aqui, o mais importante foi como a autora soube dosar todos esses ingredientes sem transborda-los na trama, tornando Sofia uma personagem convincente e, por consequência, muito agradável de ler. Gosto quando encontro na trama protagonistas cuja personalidade os destacam de algum modo.

Ian, porém, não trouxe o mesmo brilho para mim. Ele é fofo, um lorde de todos os modos, contudo não parece ir muito além de um jovem educado de boa aparência. Teria adorado encontrar um personagem com um pouco mais de voz, mais crítico e intenso... Para alguém de dois séculos atrás, achei que Ian aceitou muito rápido os modos de Sofia (e vice versa) – especialmente porque falamos de um personagem cujo contexto histórico abordava uma sociedade bem machista. Entretanto, Ian traz poucos traços daquele século. Um pouco mais de verossimilhança para o comportamento de um homem daquele tempo, - um jeitinho mais “turrão” -, teria sido ótimo, pois acho que daria longas discussões divertidas entre os dois.

Bem escrito, a história é gostosa de ler e parece trazer uma linguagem para conquistar o público jovem, contudo o livro se destina a qualquer um que,  assim como eu, curta um romance gracinha no melhor estilo conto de fadas. A autora acrescenta alguns fatos da época – retira outros como ela mesma salienta no final do livro –, mas não se prende muito a detalhes históricos. Já o texto é dinâmico e em nenhum momento instiga o tédio, pois os acontecimentos na trama são muitos – seja pelo romance em si, pelo baile ou pelo simples fato de Sofia conhecer “a casinha” – este último o ápice do bom humor na história.

Gostei muito de Perdida. Houve, entretanto, alguns pontos que me incomodaram e me deixaram bem indecisa quanto a nota final. Como um conto de fadas, não há, de fato, grandes ressalvas, porém em alguns momentos a narrativa escorregou ao meu ver. Repetições de expressões em um espaço curto de tempo, o abuso de determinados artifícios que quebraram o fluxo da história em uma cena importante foram alguns desses pontos. As gírias, usadas para forçar situações cômicas de comunicação, a princípio engraçadas, acabaram se desgastando por serem usadas em excesso, principalmente porque Sofia é uma mulher de 25 anos e não uma adolescente. Ao menos não conseguia ver, na minha mente, alguém com essa idade encaixar tantas gírias dentro de um único diálogo.

Apesar disso, Perdida foi uma leitura muito boa. Li em dois dias. Recheado de momentos fofos, a história retrata um conto de fadas divertido e mágico. Uma graça de leitura que me conquistou e me instigou a ler outros livros da autora. 

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Um comentário:

  1. Bruna, tenho lido comentários maravilhosos sobre o livro! Todos são unânimes em dizer que é uma leitura leve e bem clichê, mas que a autora conta a história de maneira envolvente e deliciosa.
    Tenho o livro aqui na minha estante há algum tempo já e ainda não o li... preciso mudar isso logo!

    Beijos,
    Nanie

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