quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

A Insígnia de Claymor – Josiane Veiga

image- Ficha Técnica:

- Sinopse: A Insígnia de Claymor Europa, Idade Média Jehanie Claymor é uma jovem Lady que cresceu protegida pelo amor incestuoso do irmão Alexei. Sem conhecer os perigos e maldades da época, ela foi mimada e amada ao extremo. Mas, em uma viagem em que abandona o castelo de seu pai para ir de encontro ao seu noivo Garreth, vê todas as suas ilusões românticas chegando ao fim. Sir Daniel Trent só busca vingança. Sua irmã mais jovem foi seduzida pelo cavaleiro Alexei Claymor, e abandonada por ele após engravidar. Sem esperança, a jovem matou-se, deixando Trent com a incumbência de limpar sua honra. No entanto, seu destino muda completamente ao encontrar uma jovem que perdeu a memória. ...E assim, sem saber, ele acaba se apaixonando pela irmã de seu maior inimigo...

- Nota: image

A Insígnia de Claymor é uma história medieval que vinha cobiçando há um tempinho. Josiane Veiga é uma autora brasileira e já ouvi inúmeros elogios sobre seus livros; portanto, minhas expectativas eram bem altas. Felizmente, o resultado foi positivo. Com um enredo bem construído e uma narrativa ágil, me encantei logo no prólogo com a pretensão da autora em abordar uma proposta polêmica e, devo dizer, muito bem apresentada. A Insígnia de Claymor compõe um retrato de diferentes tipos de amor – desde o mais ousado, como o amor de Alexei, o futuro Duque de Claymor, pela sua irmã mais nova –, àqueles que são vistos como amor a primeira vista e a paixão nutrida de um relacionamento sob o véu da vingança. Adorei cada um deles em diferentes proporções.

Alexei é um homem com atrativos irresistíveis. Dotado de uma veia debochada e indiferente aos tabus impostos pela sociedade, o personagem se revela doce e um tanto quanto obsessivo a respeito de sua irmã. O relacionamento entre os dois não ultrapassou, ao meu ver, qualquer limite do absurdo – até porque tudo é muito doce e singelo entre eles. Alexei quase sempre desempenha o papel de mero irmão mais velho protetor, e seu afeto é por demasiado delicado e respeitoso. Embora o prólogo seja atrevido, confesso, não consegui achar doentio a afeição que ele nutre pela irmã, mas sim o contrário. Sou daquelas que ficará na torcida para que Jehanine corresponda aos sentimentos do rapaz.

Na história, Jehanie nunca se interessou por qualquer homem até conhecer Garreth em um baile. O relacionamento instantâneo e abrupto – descrito como amor à primeira vista –, desperta em Alexei um sentimento louco de ciúmes. O irmão então planeja, em segredo, a morte de Garreth, mas as coisas não saem como ele espera. Antes que pudesse resolver o seu problema, Alexei e Jehanie viajam até a Inglaterra, e é neste trajeto que sua irmã é raptada em uma emboscada. O rapaz, inconformado, move céus e terra para encontrar a mulher que ama. Neste meio tempo, Jehanie consegue escapar, mas perde a memória e é resgatada por uma comitiva liderada por Daniel – um rapaz que deseja se vingar de Alexei. Daniel acaba detestando Jehanie logo de cara, mas a antipatia certa se transforma em amor.

Em meio a um cenário pitoresco de tabus quebrados e paradigmas religiosos que são questionados ao longo da história – este último reservado à Adam, o maravilhoso “padre ateu” – Josiane Veiga tece um enredo que reúne componentes para uma trama sólida e deliciosa de ler. A personagem Jehanie se encarrega de trazer ao texto os momentos mais doces e divertidos da história. De um carisma fofo e de um jeito inocente, Jehanie encanta pela alma quase pueril que demonstra ter quando perde a memória – cenas que permeiam um tom jocoso, mas sem forçar a barra. Em especial, devo dizer que adorei cada momento entre ela e Daniel, além de, claro, as cenas com um adorável porquinho de estimação.

Já os demais personagens são repletos de nuances e, em cada um, encontrei características que amei e odiei ao longo da história. Daniel é movido pela vingança, o que o torna do mocinho cativante ao vilão desprezível em uma determinada cena. Richard é uma graça, já Alexei traz uma áurea de perigo e uma personalidade ambígua e perigosa. Doce com sua irmã, atrevido e socialmente desejado por qualquer dama, quando tirado de suas mãos seu bem mais precioso – a irmã –, transforma-se em um vilão sem escrúpulos, que não hesita em matar e torturar para alcançar seu objetivo. Neste triângulo amoroso fico dividida, pois são dois personagens atraentes – porém um lado meu torceu por Alexei, o que me faz desejar que haja, mais para frente, algum tipo de transformação no personagem por meio do amor. Sim, é clichê, mas acredito que a redenção seria uma abordagem interessante.

Há alguns pormenores incômodos que tive durante a leitura. Alguns errinhos e expressões equivocadas que encontrei ao longo das páginas, mas, neste aspecto, não foi nada que tirasse a qualidade da construção do enredo. Entretanto, achei que a história demorou muito para tomar um rumo certo. No começo, por exemplo, a autora explorou em demasia um personagem que, mais para frente, tornou-se praticamente um figurante. Na minha visão, entendi, quase até a metade do livro, que Garreth teria um papel grandioso como mais um integrante a disputar o amor de Jehanine, mas depois de um tempo o personagem ficou reduzido a um coadjuvante inserido na promessa de um romance paralelo. Fiquei com a sensação de que o começo estava bem confuso e a autora não sabia exatamente qual caminho tomar. Felizmente, mais para frente o ritmo melhora e o enredo toma uma direção certa.

Apesar de abordar o romance incestuoso, senti falta de uma interação maior entre Alexei e Jehanie. Ao mesmo tempo, não posso deixar de mencionar que as lembranças da personagem – todas envolvendo o seu irmão –, foram muitos fofas. A Insígnia de Claymor é uma história atraente, cheia de facetas e polêmicas que foram exploradas de forma satisfatória. A narrativa é ótima e, no final, terminei na vontade de ter uma continuação em mãos. Adorei!

 

Obs.: Após minha resenha, a autora me explicou sobre a continuação. Para quem leu a história e quiser saber mais informações, clique Aqui.

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Um comentário:

  1. Adorei a sua resenha ♥ Extremamente franca ♥ Não tem ideia de como é difícil as pessoas serem sinceras sobre os livros, tem muito medo de ofender kkk

    Sobre os pontos negativos apontados:
    Na verdade Garreth terá muita importância no livro 2... porém, ele definitivamente caiu mesmo para um coadjuvante no livro 1. Mas isso foi proposital. Eu tinha que diminuir a sua importância sem retirá-lo da trama, para que ela combinasse com o que iria acontecer em sua vida mais tarde...
    Na verdade, a história foi planejada por anos, e eu realmente não fiquei sem saber o que escrever, apenas sou assim, demoro pra fazer a história ganhar ritmo, acho que isso é a marca de todos os meus livros rsrsrs Sou daquelas que levo capítulos inteiros para chegar no finalmente... mas só começo um livro quando tenho ele planejado do capítulo 1 até o capítulo final. Por exemplo em Kinshi na Karada, meu novo romance, o casal principal vai trocar o seu primeiro beijo no capítulo 22... pense em leitores beta angustiados e você verá os meus kkk


    Sobre os pontos positivos (que o meu ego mais gostou):
    -Não sei se você já leu algum outro livro meu, mas é esse o meu maior orgulho: o de criar personagens femininas que conseguem ser fortes e aguerridas sem perder a feminilidade e a doçura. Jehanie era muito mimada, mas ela conseguiu se sair bem quando saiu do seu casulo. Assim como você, eu amo a relação dela com Phill e Richard.
    -Não torço por personagens, mas o final unindo os irmãos pra mim foi uma declaração de guerra a alguns leitores que torcem pro barão. KKKK... Ainda bem que você curtiu ♥
    -Adam é de longe meu personagem favorito. Ele até "reencarna" em outra obra minha, em épocas atuais, e a Audrey (sua reencarnação) tem uma visão da vida passada, em forma de padre kkkk... adoro interligar os livros.

    Enfim, muito obrigada pela resenha maravilhosa, eu ADOREIII


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