sábado, 24 de setembro de 2011

Domínio dos Deuses – Lynn Bartlett

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- Ficha Técnica:

- Título Original: Defy the eagle

- Sinopse: Movido por uma fúria mais forte do que a paixão, Cedric encostou o punhal no peito de Lívia, pronto a liquidar a mulher que lhe invadia os sonhos e lhe excitava os sentidos. Não, não podia matá-la. Lívia agora pertencia a seu povo, um penhor de guerra que cada homem de sua tribo iria querer para si..

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Eu me pergunto porque, mesmo com tantos falando sobre esse livro, eu demorei séculos até começar a lê-lo. Foi um dos melhores romances históricos de banca que li até agora.

Os icênios e romanos estão em guerra. Cedric é um guerreiro bretão que luta ao lado da rainha Boadiceia, contra as forças romanas que ocupavam a Grã-Bretanha. Desde sua adolescência ele tem sonhos com uma estranha mulher romana que, mais tarde, viria a se tornar sua escrava em meio a essa guerra turbulenta.

Lívia é romana, uma das poucas que restou de sua cidade. Prefere a morte a se tornar escrava de um bretão, e é aí que entramos em um  romance histórico bem tempestuoso. A autora soube conduzir de forma sublime a tensão de uma época de lutas entre romanos e icênicos, onde nem mulheres ou crianças eram poupadas da guerra.

Cedric é tão leal a Bodiceia, que no início sua lealdade sobressaía muito acima do amor de Lívia, fazendo com que a mulher que amava não fosse poupada de humilhações. Tanto, que os sentimentos do leitor é uma montanha russa. Uma hora você o odeia, outra hora você sente pena dele – e aí, – sente mais um pouco de ódio. Lívia não é diferente. Ela é uma guerreira, uma escrava nas mãos de romanos, sozinha em meio aos inimigos, e sua luta diária faz com que o leitor sofra com ela.

A pesquisa de Lynn Bartlett é minuciosa, cada detalhe de fatos históricos verídicos foram misturados muito bem a ficção do romance. Ao mesmo tempo, alguns ingredientes de magia é jogado a trama. O pai de Cedric tem o poder da visão, o odioso Ryhs tinha o poder de fazer as pessoas falarem a verdade apenas com o olhar, e Lívia também ganha o dom do futuro.

A história segue em duas linhas. Muitas vezes a autora se desprende um pouquinho do foco do romance, cedendo espaço para as batalhas, descrevendo com detalhes preciosos cada luta ou conquista de territórios. Do outro, a linha do romance entre dois inimigos, e esse não poderia ser mais que turbulento, forte, carregando um enorme peso dramático, mas quem em nenhum momento cansa o leitor. Também temos personagens secundários que ganham um enorme espaço, tornando-se queridos e essenciais na trama.

“— A senhora não é celta.

— Mas eu sou, centurião... E também romana. Afinal, romana ou celta, que importa? Somos parte de um mesmo todo.”

Não é um romance de banca comum, mas não foge a exceção. (hum… fez sentido isso?!) Exemplos como “A Escrava de Atenas”, “Tormenta de Emoções”, “Pureza Roubada”, são só alguns exemplos de que, muitas vezes, um romance de banca tem tudo pra chegar e se mostrar uma grande história. Esse com certeza é um, mais que cinco estrelas, e entra para os favoritos de 2011. É impossível você não entrar na narrativa, se emocionar, se envolver, sofrer e amar junto com os personagens. Super recomendado!

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