- Ficha Técnica:
- Título Original: Defy the eagle
- Sinopse: Movido por uma fúria mais forte do que a paixão, Cedric encostou o punhal no peito de Lívia, pronto a liquidar a mulher que lhe invadia os sonhos e lhe excitava os sentidos. Não, não podia matá-la. Lívia agora pertencia a seu povo, um penhor de guerra que cada homem de sua tribo iria querer para si..
Eu me pergunto porque, mesmo com tantos falando sobre esse livro, eu demorei séculos até começar a lê-lo. Foi um dos melhores romances históricos de banca que li até agora.
Os icênios e romanos estão em guerra. Cedric é um guerreiro bretão que luta ao lado da rainha Boadiceia, contra as forças romanas que ocupavam a Grã-Bretanha. Desde sua adolescência ele tem sonhos com uma estranha mulher romana que, mais tarde, viria a se tornar sua escrava em meio a essa guerra turbulenta.
Lívia é romana, uma das poucas que restou de sua cidade. Prefere a morte a se tornar escrava de um bretão, e é aí que entramos em um romance histórico bem tempestuoso. A autora soube conduzir de forma sublime a tensão de uma época de lutas entre romanos e icênicos, onde nem mulheres ou crianças eram poupadas da guerra.
Cedric é tão leal a Bodiceia, que no início sua lealdade sobressaía muito acima do amor de Lívia, fazendo com que a mulher que amava não fosse poupada de humilhações. Tanto, que os sentimentos do leitor é uma montanha russa. Uma hora você o odeia, outra hora você sente pena dele – e aí, – sente mais um pouco de ódio. Lívia não é diferente. Ela é uma guerreira, uma escrava nas mãos de romanos, sozinha em meio aos inimigos, e sua luta diária faz com que o leitor sofra com ela.
A pesquisa de Lynn Bartlett é minuciosa, cada detalhe de fatos históricos verídicos foram misturados muito bem a ficção do romance. Ao mesmo tempo, alguns ingredientes de magia é jogado a trama. O pai de Cedric tem o poder da visão, o odioso Ryhs tinha o poder de fazer as pessoas falarem a verdade apenas com o olhar, e Lívia também ganha o dom do futuro.
A história segue em duas linhas. Muitas vezes a autora se desprende um pouquinho do foco do romance, cedendo espaço para as batalhas, descrevendo com detalhes preciosos cada luta ou conquista de territórios. Do outro, a linha do romance entre dois inimigos, e esse não poderia ser mais que turbulento, forte, carregando um enorme peso dramático, mas quem em nenhum momento cansa o leitor. Também temos personagens secundários que ganham um enorme espaço, tornando-se queridos e essenciais na trama.
“— A senhora não é celta.
— Mas eu sou, centurião... E também romana. Afinal, romana ou celta, que importa? Somos parte de um mesmo todo.”
Não é um romance de banca comum, mas não foge a exceção. (hum… fez sentido isso?!) Exemplos como “A Escrava de Atenas”, “Tormenta de Emoções”, “Pureza Roubada”, são só alguns exemplos de que, muitas vezes, um romance de banca tem tudo pra chegar e se mostrar uma grande história. Esse com certeza é um, mais que cinco estrelas, e entra para os favoritos de 2011. É impossível você não entrar na narrativa, se emocionar, se envolver, sofrer e amar junto com os personagens. Super recomendado!