terça-feira, 15 de março de 2011

Palavras Envenenadas – Maite Carranza

image

* Título Original: Palabras Envenenadas

* Preço: SARAIVA | CULTURA | FNAC

* 251 páginas

Aos 15 anos, Bárbara Molina desapareceu sem deixar vestígios. Seu corpo nunca foi encontrado. Quatro anos depois, uma ligação telefônica traz novas provas e transforma a vida dos envolvidos no mistério

Fugindo um pouquinho dos romances resenhados no blog, vamos tratar de drama e algo mais “policial”. O livro é lançamento da editora Novo Conceito. História rápida, curta, que conta a história de Barbara, uma garota que há quatro anos mora em um porão com seu seqüestrador. Recentemente tivemos na mídia o caso real de Natascha, que passou mais de oito anos aprisionada por um doente que lhe tirou a infância, a liberdade e o direito de viver.

Nesse caso, somos apresentados aos pensamentos de Barbara nessa prisão que já dura quatro anos. Tudo, desde o início, é relatado por ela com uma narrativa que beira a desespero, dor, sofrimento e muitas vezes desistência da própria vida. Seu seqüestrador a estupra, espanca, faz lavagem cerebral, e, muitas vezes, talvez em meio ao “sonho”, uma esperança a onde se apoiar, Barbara até o acha carinhoso, principalmente quando ela está comportada e não tenta fugir. Enquanto isso, seus amigos, sua mãe, seus irmãos gêmeos, continuam suas vidas sem esperanças de encontrá-la.

A história começa muito bem, deixa você tenso logo nas primeira páginas. No entanto, o livro peca pela falta quase que total de diálogos ou ação, ainda que essa ação fosse uma conversa mais extensa. O livro é quase como que um diário de pensamentos rápidos de cada personagem, divididos em capítulos curtos, com parágrafos longos. Talvez, uma história tão polêmica, poderia ter tido personagens e história em si  um pouco mais explorada pela autora.

O final – confesso que pode soar clichê (embora nenhum pouco distante da realidade), mas não me dei conta de quem poderia ser o seqüestrador até as últimas páginas. É o ponto forte do livro, e juro que me fez ficar de boca aberta.

Em geral, gostei do livro, gosto de ler assuntos do gêneros. Embora no começo a autora explique que a história não é baseada em fatos reais e qualquer semelhança é mera coincidência, cada vez mais casos estão surgindo por aí, reais.  Para incrementar o assunto, faz algum tempo assisti ao filme “Taken In Broad Daylight” (Sequestro a Luz do Dia), um filme muito bom baseado em fatos reais sobre uma garota de 17 anos, seqüestrada por um homem doentio, onde passa 6 dias nas mãos dele. Não foram 8 anos, nem 4, mas tudo que essa menina   passou (e verídico) durante esses dias, não foram fáceis.

Abaixo, a capa original:

image

Cotação:

3 estrelas 

 

 

Assinatura