- Título original: VIII
- N° de páginas: 377 páginas
- Sinopse: No início do século XVI, o gracioso príncipe Henrique VIII, ainda um carismático adolescente, chega à Torre de Londres. Na época, ninguém imaginaria que o príncipe mais belo da Europa morreria obeso, deformado e com uma reputação de barba-azul. O que teria causado tão brutal transformação? A resposta parece estar em seu tempo entre as paredes de pedra, onde antigos crimes e fantasmas rodeiam o jovem aristocrata. Lá ele será testado...
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VIII, da autora H. M. Castor, conta a história de vida de Henrique VIII, desde sua infância até os últimos dias de sua vida. A falta de carinho do pai, a relação fria com as esposas, suas ambições e fracassos – tudo é descrito através do olhar narcisista de Henrique, em uma história envolvente que nos transporta para outro tempo.
Graças a uma profecia ouvida durante a infância, Henrique VIII cresce acreditando que um dia será rei. Durante a adolescência, seu irmão mais velho morre, deixando-lhe a sucessão ao trono. A desgosto de seu pai, que sempre considerara Henrique um peso morto em sua vida, o rapaz começa então a se preparar para o cargo que um dia ocuparia. Mas as aulas enfadonhas de contabilidade e as conversas sobre impostos e contas não era o que Henrique tinha em mente para a posição de um rei. Para ele, subir ao trono significava a glória de criar herdeiros para garantir a linhagem real, além de invadir territórios e de participar de justas.
Narrado em primeira pessoa, a escrita rica e minuciosa da mente de uma dos reis mais famosos da história é um deletei para os apaixonados pelo período medieval. Os conflitos de sua mente, bem como as situações externas que o cercam, são retratadas a partir do ponto de vista de Henrique VIII. Acompanhamos um personagem egocêntrico, moldado pelo descaso de um pai que sempre o considerou como um estorvo – “o filho reserva”, caso algo acontecesse com Arthur. Henrique VIII aprendeu, desde a infância, a se desprender de sentimentos, e seu pai foi a primeira pessoa a quem ele dirigiu seu rancor.
No livro, Henrique passou a vida com dois propósito em mente: ter herdeiros e ser o maior rei que a história já viu. Em relação ao primeiro, sua vida foi marcada pelo martírio de casar-se com mulheres que não conseguiam conceber ou que lhe davam filhas mulheres; situação esta que, na época, era considerado o mesmo que nada. Quanto ao segundo caso, Henrique VIII passou quase toda uma vida de fracassos, com raras exceções. De jovem ambicioso, decidido a ser um bom rei ao seu povo, Henrique VIII torna-se um homem frio, enfermo, obcecado e atormentado por passar anos fracassando em seus objetivos.
Mesclando ficção com fatos históricos, VIII é uma leitura com ritmo acelerado e cheio de pulos no tempo; o que parece atropelar um pouco a história em algumas cenas. Reviver Henrique VIII, entrar em sua mente e explorar os caminhos que o levaram a sua decadência física e mental, não é a tarefa mais fácil. Entretanto, H. M. Castor nos brindou com uma trama sedutora, repleta de bons elementos. Apesar do tema, VIII é uma história leve por não explorar situações mais violentas, como cenas de batalhas ou decapitações mencionadas superficialmente ao longo da história. Não vejo como um ponto negativo, uma vez que a ausência destas cenas não comprometem a qualidade do livro. Foi, de fato, uma leitura fácil de devorar em poucos dias.
Capa original:
Alguma dica de livros com esse tema? :) Muito boa a resenha.
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