domingo, 30 de junho de 2013

Inferno – Dan Brown

image- Ficha Técnica:

- Título Original: Inferno

- 443 páginas

- Sinopse: Neste fascinante thriller, Dan Brown retoma a mistura magistral de história, arte, códigos e símbolos que o consagrou em "O Código Da Vinci", "Anjos e Demônios" e "O Símbolo Perdido" e faz de Inferno sua aposta mais alta até o momento. No coração da Itália, Robert Langdon, o professor de Simbologia de Harvard, é arrastado para um mundo angustiante centrado numa das obras literárias mais duradouras e misteriosas da história: O Inferno, de Dante Alighieri. Numa corrida contra o tempo, ele luta contra um adversário assustador e enfrenta um enigma engenhoso que o leva para uma clássica paisagem de arte, passagens secretas e ciência futurística. Tendo como pano de fundo poema de Dante, e mergulha numa caçada frenética para encontrar respostas e decidir em quem confiar, antes que o mundo que conhecemos seja destruído.

- Nota: image

[OFF TOPIC]

Inferno foi uma leitura agradável e prazerosa, cujo tema escolhido por Dan Brown mostrou-se interessante e bem trabalhado. A Divina Comédia é usada como argumento para a construção de pistas e mensagens que nos levam a uma possível ameaça à humanidade, o que atiça o leitor para a ligação da obra de Dante com o propósito do vilão. Gostei bastante e Inferno conseguiu desfazer a má impressão que tive de sua última obra – O Símbolo Perdido.

Na história, Langdon acorda em um hospital, sedado, sem se lembrar dos últimos acontecimentos. Ele não sabe porque estava ali ou – como viria a descobrir algum tempo depois – porque fora baleado e quase morto. Porém, não sobra tempo para que Langdon tente relembrar os últimos acontecimentos, pois uma mulher vestida de couro invade o hospital à sua procura. Langdon vê o médico que cuidou dele morrer na sua frente, baleado pela mulher. Numa tentativa de salvar sua própria vida, ele e a doutora Sienna Brooks fogem antes que aquela estranha conseguisse alcançá-los. A partir deste ponto, o personagem descobre que carrega um objeto misterioso em seu paletó, um tubo que seria o principal motivo para que ele tivesse acabado em um hospital. Com provas de que não poderia confiar em ninguém, o personagem parte, junto à médica, para explicações sobre o objeto e tenta desvendar os seus significados com a ajuda da obra de Dante.

Houve aspectos positivos e negativos ao longo da história. Desta vez Dan Brown consegue atiçar o leitor através do mistério, mas não ficamos com a sensação de flutuar sem rumo algum. Os enigmas são explorados pouco a pouco de forma ágil, entregando ao leitor informações aqui e ali sobre o tema central proposto na história de modo bem conciso. O argumento que ele propõe é passado ao leitor com tamanha veracidade em seu discurso que é quase impossível não comprar a ideia. Portanto, embarquei na história e me deixei levar pela proposta atraente.

Há uma sensação de satisfação ao se ler uma história cuja narrativa é ágil e dinâmica, sem deixar margem a enrolações ou mistérios vagos. A leitura é fácil e mesmo para aqueles que nunca leram a Divina Comédia, Dan Brown trabalha de tal modo que não só apresenta o contexto de forma esclarecedora, como atiça a curiosidade para a leitura do mesmo. Um ponto positivo para o autor é o caminho que ele utiliza para ligar a obra com os aspectos de sua trama, não há ponta soltas e soa quase lírico os motivos do vilão, que, aliás, traz argumentações com margem a discussões importantes sobre determinado aspecto que soa como o Juízo Final. Infelizmente, acho que qualquer spoiler a mais estragaria a leitura.

A fórmula do autor desenvolve o mesmo roteiro de seus livros anteriores, e, apesar de não ter do que reclamar desta vez, me senti um pouco frustrada por não encontrar nenhuma inovação. Fugas alucinadas, pessoas perseguindo os protagonistas, enigmas que são a chave para resolver o mistério… Vez ou outra  Dan Brown cede espaço para entrar na narrativa ao explicar os aspectos históricos da origem de determinado termo ou objeto recorrente na história, o que oras pode soar esclarecedor como, algumas vezes, desnecessário – mas desta vez nada que beire ao exagero extremo como em seu último livro.  Já Langdon é auxiliado por flashbacks dinâmicos que – muitas vezes –, retornam para alguma palestra ou aula que o mesmo leciona na faculdade ou eventos, mas não consegue lembrar dos últimos acontecimentos até quase o final da história.

O autor promove grandes reviravoltas nas últimas cem páginas, mas aqui o que me chamou a atenção foi o modo como ele manipula o próprio leitor. Acreditamos numa construção de ideias baseada em um jogo de narrativa muito bem contextualizada. E então, quando ficamos certos do caráter dos personagens, o autor entra em cena e mostra que olhávamos sobre uma ótica forçada pelo próprio Brown e que tudo não passou de uma percepção errônea proposital. Achei genial.

Embora Langdon esteja bem melhor neste livro do que em seu antecessor, ainda assim eu sinto falta de ter aquela percepção sobre os sentimentos dos protagonistas. Percebo que Dan Brown cede uma atenção especial ao fundo histórico, mas deixa de lado a interação dos próprios personagens. Em quase trezentas páginas são pouquíssimos os momentos em que encontramos diálogos que fogem de explicações históricas – com um tom didático –, ou cenas em que os protagonistas passam a sensação de serem humanos, como sentirem medo pela caçada ou sensações de surpresa pelos acontecimentos. Isso quase não acontece e, portanto, não consegui me livrar da sensação de ler sobre personagens mecânicos, sem voz emocional. As vezes a obra soa mais como um roteiro de filme do que propriamente um livro.

Talvez a fórmula do autor não esteja mais funcionando para mim, não sei… Pelo burburinho, eu esperava bem mais. O fundo didático é interessante e o argumento central prende, mas não foi minha “leitura do ano”. Entretanto, estaria mentindo se não dissesse que Inferno foi sim uma leitura bem agradável, parte proporcionada pela narrativa dinâmica do autor que não deixa o leitor parado. Mas para me fisgar completamente, faltaram ingredientes. É uma leitura gostosa, mas acho que estou esperando encontrar mais inovações em seus livros, porém não sei se isso vai acontecer tão cedo. Entretanto, para quem é apaixonado por suas fórmulas, é garantia de boa leitura na certa.

Capa original:

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