quarta-feira, 17 de abril de 2013

One Moonlit Night – Samantha James

image- Ficha Técnica:

- * Sinopse: Dominic e Olivia se encontraram pela primeira vez quando a carruagem do Conde está a ponto de atropelar uma mulher. Nesse primeiro encontro as faíscas saltam, e quando Dominic se inteira da precária situação de Olivia, lhe oferece um novo posto em Ravenwood: o de sua secretária. A partir deste momento ambos se submergirão em uma feroz paixão que ameaça destruí-los... ou fazê-los felizes para sempre.

* tradução livre. Fonte: Skoob

- Nota: clip_image004

Eu gosto do modo como a autora escreve; já li alguns de seus livros e nunca me decepcionei. Geralmente, sua narrativa é mais dinâmica, sem enrolação. Há sempre um forte romance e alguma mensagem por trás dele, por mais sutil que seja. Aqui, em One Moonlit Night, a história retrata um amor ao estilo de conto de fadas; um Conde cigano odiado por todos e Olívia, uma moça pobre que foi trabalhar como empregada em sua propriedade.

Samantha James constrói toda uma história de passado perturbado na vida dos personagens. Ele é Dominic St. Bride, o filho bastardo de James, que o rejeitou assim que soube que sua amante cigana estava grávida. Esta, iludida, jogou-lhe uma maldição de que ele jamais teria algum filho que não fosse o dela. Durante anos Dominic cresceu ao lado de sua mãe, em meio aos ciganos, sem importar quem era seu pai. Porém, um dia, James volta para reclamar o filho, uma vez que a maldição da mulher havia, de fato, se concretizado. Dominic é levado e educado para ser o futuro conde de sua propriedade.

A relação entre pai e filho, entretanto, sempre foi instável. Anos depois, após seu pai falecer, Dominic retorna a Ravenwood para reclamar seu posto. O personagem nos apresenta logo de cara traços de um homem amargurado, de poucas palavras. Seu passado cigano faz com que seja hostilizado por todos no vilarejo e isso apenas contribui para Dominic ser um homem mais recluso e desconfiado. Justamente por esse motivo, o romance surge de forma suave, gradativa, travando espaço contra o preconceito e julgamentos errôneos dos personagens.  

Olívia, por sua vez, possui um motivo para ficar longe de ciganos. Sua irmã Emily é cega devido a um episódio trágico com um deles. Apesar de não ser propriamente um spoiler, acho interessante que o leitor descubra sozinho como tudo ocorreu e porque, portanto, Olívia nutre o mesmo sentimento de rancor que as pessoas do vilarejo. Mas do primeiro contato, quando a carruagem de Dominic quase lhe atropela, as inúmeras conversas em corredores e o escritório, onde os dois trabalham juntos, Olívia conhece outro lado dos comentários horrorosos tecidos pelas pessoas.

Um típico romance de conto de fadas com uma pitada de provocação à sociedade. A autora aborda, de forma inteligente, o preconceito dentro do âmbito amoroso. Aqui, nosso mocinho é cigano e isso faz dele a escória do vilarejo, digno de olhares hostil e murmúrios nada agradáveis. Por mais que isso o transforme num personagem rancoroso, conforme a leitura prossegue notamos os efeitos que isso causa em Dominic. Nos diálogos com Olívia, por exemplo, é perceptível que o conde procure uma forma de ser aceito na sociedade que tanto o despreza, por mais que ele finja indiferença. É difícil não se apaixonar pelo jeito meio severo dele, mas que no fundo procura uma chance de provar à todos o seu próprio valor.

Embora o livro tenha esse pano de fundo, a autora conduz a história de uma forma muito suave. A vulnerabilidade de Dominic o deixa mais humano, inseguro, mas ao mesmo tempo traz um charme ao conde. Ele é um homem mais formal, que respeita os limites de Olívia, sem deixar de tentá-la. O Conde veste uma carapuça arrogante mas no fundo se dói pelas palavras proferidas a ele. Olívia é parte disso, já que vez ou outra, pelo que houve no passado com sua irmã, escorrega em palavras mais atiçadas. Porém, aos poucos ela vai percebendo traços de seu caráter e desafia a si mesma a mudar seus conceitos. Por isso, o romance é uma graça, mais discreto, com um certo charme que me lembrou nosso querido Mr. Darcy. Aliás, pela descrição de Dominic no livro, pelo seu lado gentleman, à todo momento o personagem criado por Jane Austen me vinha a cabeça. É uma delícia o modo como tudo se desenrola entre os dois e como eles se entregam a paixão e superam os obstáculos.  

Paralelamente ao casal, à irmã de Olívia também vive um romance. E devo dizer que o modo como a autora conduziu essa parte foi genial. A autora apresenta dois mundos diferentes, onde de um lado é preciso superar o próprio medo e vencer seus preconceitos. De outro,  um homem amargurado que não consegue se encaixar mais no mundo cigano, tampouco dos gachós por ser desprezado pela descendência. Não raro são os momentos em que o personagem se encontrava com um copo nas mãos, se embebedando e desprezando a si mesmo pela sua origem.

One Moonlit Night é uma leitura gostosa, romântica, fofa, mas que ao mesmo tempo também consegue causar certa comoção ao leitor. Estava mesmo sentido falta de ler algo mais levinho com o charme de sempre.

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