segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Num Vale Encantado – Patrícia Potter

image- Ficha Técnica:

- Título Original: Seize the fire

- Sinopse: 1865. Aprill Manning resolve desafiar o destino e empreender a aventura de viajar pela América com o filho. Ela precisa chegar a Fort Defiance onde está a única pessoa que pode lhe assegurar a felicidade. Mas a viagem muda inesperadamente de rumo. Prevalece a realidade da violência. Aprill e o pequeno são feitos reféns por Mackenzie, um índio mestiço. Ele também sonha, mas com a liberdade. Precisa fugir de Fort Defiance, pois a condenação à morte pelos crimes de que é acusado é certa. Uma estranha relação se inicia entre o algoz e suas vítimas. Sentimentos e desejos afloram com força indomável. Torna-se impossível determinar o certo e o errado... é arriscado demais apostar nos descaminhos da paixão!

-Nota: image

Foi uma história que me cativou desde o início. Normalmente nesses livros, os indios são sempre mal vistos pela sociedade americana da época, não diferente desta vez. Mackenzie é um mestiço, que serve ao exército com o intuito de juntar dinheiro e, assim, descansar em algum lugar calmo e esquecer as barbaridades que precisou ver/enfrentar. Porém, pouco antes disso acontecer, a filha de um dos generais o coloca em um grande mal entendido, que o leva a ser preso e acusado de violar a moça.

Do outro lado da história, somos apresentados a Aprill, que, junto com seu filho (fofo!), precisa viajar para encontrar seu pai, e não havia outro modo mais rápido, senão pegar “carona” na viagem que levaria Mackenzie até a prisão. A repugnância dura pouco, pois algo dentro dela diz que, de fato, ele poderia ser inocente. E então, está traçado uma paixão entre um prisioneiro índio e uma mulher carregando um filho.

Quando Mackenzie escapa, leva como refém o filho de Aprill, e como qualquer leoa protegendo sua cria, Aprill segue junto para garantir que ele não vá fazer mal o garoto.

Quase boa parte do livro se resume a fuga de Mackenzie, acompanhado de Aprill e seu filho, que ele havia sequestrado para garantir sua segurança. O livro retrata as dificuldades para escapar, de se arranjar alimento, de lutar para sobreviver, e – principalmente – de não se apaixonar. Há um sentimento de conflitos no mocinho, e ele luta com isso, muitas vezes, até sem perceber, machucando Aprill por dentro, muitas vezes o garoto, e a si mesmo.

Quanto ao romance, há uma forte tensão sexual entre eles, e acho que, para tanta expectativa, o romance físico poderia ter sido um pouco mais explorado. Mas acho que isso é uma característica da autora, já que li outros livros dela que seguem o mesmo estilo no quesito romance. Mesmo assim, o amor deles é lindo, tocante, fofo e delicado. Mackenzie sempre pensava em cuidar dela primeiro antes de suas próprias necessidades, e sentia-se o pior dos homens por forçá-la a segui-lo, um “mestiço que estava com a cabeça a prêmio”.

O menino rouba as cenas algumas vezes, como acredito que aconteça com quase todo romance de banca em que tenha criança. Só não dou cinco estrelas, porque para um livro em que os personagens passam toda a história fugindo, poderia ser um pouquinho mais curto. (onde estava a tesoura da Nova Cultural? hehe, brincadeirinha, brincadeirinha >.<…)

É uma história bonita, atenção especial a cena da cabana, achei muito fofa! Leitura recomendada, com certeza. ;)

Capa original:

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