terça-feira, 23 de novembro de 2010

Pequena Abelha – Chris Cleave

image Essa é a história de duas mulheres cujas vidas se chocam num dia fatídico. Então, uma delas precisa tomar uma decisão terrível, daquelas que, esperamos, você nunca tenha de enfrentar. Dois anos mais tarde, elas se reencontram. E tudo começa… Depois de ler esse livro, você vai querer comentá-lo com seus amigos. Quando o fizer, por favor, não lhes diga o que acontece. O encanto está sobretudo na maneira como essa narrativa se desenrola.

Confesso que foi a sinopse desse livro que me deixou curiosa, mas por conta de vestibular, provas, fui deixando sempre pra depois. Aí fui conversar com algumas pessoas, disseram que o livro era ruim. Mas também conversei com outras que disseram que o livro tinha um grande apelo ao mundo real, e que tinham adorado. O que você faz em momentos assim? Lê, é claro, para tirar suas próprias conclusões.

Para começar, o livro é triste. Ele lembra, e até segue um pouco da receita do livro O Caçador de Pipas. Então se prepare, porque além de triste, ele tem uma cena forte. Só ri uma vez durante o livro todo, mas foi uma página só, com a criança Charlie e sua fantasia de Batman que ele nunca tirava. Fora isso, é um livro dramático e doloroso.

Difícil resenhar quando essa própria sinopse diz para não contarmos muita coisa. Então conto que é a história de uma mulher (Abelhinha ou também chamado de Pequena Abelha) que nasceu em um país chamado Nigéria, e que num dia, em uma praia, sua vida muda completamente ao conhecer Sarah e Andrew, dois ingleses que vieram passar as férias ali. Acho que mais que isso eu não posso contar.

Existe aquele ditado: “há males que vem para o bem”. Talvez naquele dia, se não tivesse sido daquela forma, talvez sua vida teria tido um destino mais trágico, e talvez ela não teria tido a oportunidade de encontrar em alguns momentos na Inglaterra, a felicidade. E é nisso que você se vê pensando depois que termina o livro.

A história é narrada em primeira pessoa, um capítulo sempre na visão de Abelhinha, outro na visão de Sarah. A narrativa é bem leve e flui super bem, tanto que comecei o livro em uma noite e no dia seguinte tinha terminado. Embora por um lado a situação do livro seja algo que não foge da realidade dura, há três coisas que eu não digeri: a irresponsabilidade do casal perante um perigo que parecia tão óbvio, da mãe de Charlie, e algo que não posso contar ou darei spoilers. Hoje vou evitar de classificar o livro, porque o desfecho me deixou revoltada (talvez essa seja a melhor palavra para descrever), mas é preciso entender que isso é uma realidade dura que muitos países pobrem vivem. E infelizmente, essas coisas não mudam de uma hora para a outra. Como falou Sarah no livro, não será uma história que mudará esse triste quadro, mas e se alguém decidir contar e expor ao mundo cem histórias como essa, quem sabe?

Aconselho o livro para quem gosta de um livro mais real, que condiz com os problemas do mundo. Não tem um romance bonitinho, o marido ideal, ou uma história alegre… mas é bom a gente ler esses tipos de livros de vez em quando. Nos faz lembrar que nem tudo na vida é perfeito, e que as vezes, é bom agradecermos pelo que temos, o que somos, e pela sorte que temos.

Assinatura Bruna