quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

A morte de Sarai – J. A. Redmerski

image - Ficha Técnica:

- Título Original: Killing Sarai

- N° de páginas: 255

- Sinopse: Sarai tinha apenas quatorze anos quando sua mãe a levou para viver no México em um cartel de drogas. Com o tempo ela se esqueceu o que era ter uma vida normal, mas nunca deixou de lado a esperança de escapar do complexo onde ficou presa nos últimos nove anos. Victor é um assassino a sangue frio que, como Sarai, somente conheceu a morte e a violência desde criança. Quando Victor chega ao complexo para recolher dados e aplicar um golpe, Sarai o vê como uma chance para escapar. Mas as coisas não acontecem como previsto e em vez de se encontrar a caminho de Tucson, ela se livra de um homem perigoso para cair em cilada de outro. Enquanto fogem, Victor se distancia de sua natureza primitiva enquanto sucumbe a sua consciência e decide ajudar Sarai. A medida que ficam próximos, ele se encontra disposto a arriscar tudo para mantê-la com vida, inclusive sua relação com seu irmão e seu contato, Niklas, que agora, como todos os outros, quer Sarai morta. Enquanto Victor e Sarai lentamente constroem uma confiança entre eles, as diferenças parecem diminuir, e uma atração pouco provável se intensifica. Entretanto, as habilidades e experiência de Victor podem não se suficientes para salvá-la, enquanto o poder que ela tem sobre ele pode ser o que colocará fim a sua vida.

- Nota: image

“A morte de Sarai”, de J. A. Redmerski, é um desses livros que foge do lugar comum, apresentando ao leitor uma história com um toque de originalidade singular. A autora, famosa pela duologia “Entre o Agora e o Nunca”, história que retrata dois jovens viajando por diversos lugares, descobrindo uma intensa paixão, dessa vez apresenta em “A morte de Sarai” um enredo mais adulto e mais denso. Tráfico de drogas, prostituição e assassinos de alugueis são apenas alguns dos assuntos retratados na história. O romance está implícito, mas de maneira atípica, porém não menos interessante.

A história é focada em Sarai, uma adolescente que é mantida em cativeiro há muitos anos no México, por um traficante de drogas poderoso. Sem perspectivas de um dia poder escapar, ela se surpreende quando Javier recebe a visita de um americano sombrio. Sua única oportunidade de fugir está bem a sua frente, mas Sarai logo descobre, quando consegue entrar escondida no carro do desconhecido, que o homem talvez não seja assim tão condescendente com sua situação de prisioneira. Assassino de aluguel, Victor é um homem frio, longe de se compadecer por uma compatriota que estava em apuros.

Deste modo, Sarai e Victor traçam uma relação instável onde ela precisará convencê-lo a levá-la com ele ao invés de tentar devolvê-la para Javier. A princípio Victor se nega friamente, mas em uma sucessão de acontecimentos que não estavam em seu plano – como traçar certo interesse pela garota e usá-la como moeda de troca em sua missão – faz com que Victor se veja cada vez mais ligado à jovem. Fica a questão de como ele lidaria com a situação, uma vez que Sarai não era uma típica garota comum, e, ele, estava longe de ser um homem que poderia protegê-la ou que poderia se envolver com ela, mesmo que isso já estivesse acontecendo…

Narrado em primeira pessoa, alternando entre o ponto de vista dos dois, “A morte de Sarai” é uma viagem à uma história bem construída, cujas situações presentes estão ligadas intimamente ao estado emocional dos protagonistas. J. A. Redmerski explora com maestria os efeitos psicológicos de cada personagem de acordo com os acontecimentos que permeiam o presente e o passado de cada um. Tortura pscicológica, abusos físicos e mentais e disciplina rígida são somente uma ínfima parte das situações que envolvem a ambos. Sarai é uma figura forte e teve que se adaptar como pôde a sua situação no cativeiro, mas isso deixou marcas irreparáveis na garota. Já Victor é frio e faz perfeitamente o papel de anti-herói; um assassino indiferente aos sentimentos alheios, o que o torna único e fascinante ao mesmo tempo.

A história, dinâmica, carrega um clima obscuro boa parte da narrativa. “A morte de Sarai” é um livro cuja abordagem mais realista conduz o leitor a caminhos instáveis e desconhecidos. Não saber o que esperar na próxima página é o grande fascínio que nos leva a devorar o livro em poucos dias. Até mesmo o romance, embora longe de ser uma relação romântica, é imprevisível e complexo. Victor e Sarai se aproximam ao longo da história, mas a frieza típica do assassino mantém certa distância entre os dois. Entretanto, essa relação traz um toque  viciante, visto que a autora, ao permitir que o leitor entre na mente de Victor, consegue  fazê-lo compreender o que leva o personagem a se manter afastado, uma vez que foi treinado para ser assim.

Seguindo uma linha mais crua e sedutora, “A morte de Sarai” consegue fugir do “mais do mesmo”. Pode não agradar a todos, mas certamente conquistará aqueles que procuram algo diferente; uma história rápida e bem estruturada em uma trama de fugas, planos e assassinatos. O livro retrata a caricatura cruel do ser humano, mas contrabalanceia ressaltando a esperança de uma nova vida, de jamais desistir e de lutar até o fim. Por enquanto, não há data para o lançamento da continuação no Brasil, mas, acredito, não deve demorar muito.

Capa original:

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2 comentários:

  1. Ansiosa para começar a leitura. Imagina sair de um romance de época de Lisa Kleypas e cair de cara numa leitura assim? Melhor impossível, rsrrs

    Depois te conto!

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    Respostas
    1. Por uma questão de ordem de chegada, li "A morte de Sarai" primeiro, e depois caí na Lisa Keyplas hahahaha Mas cada um é mto bom a sua maneira <3 *me derretendo pelo Christopher* rsrsrs. Bjos :*

      Bjos :*

      Excluir

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