terça-feira, 26 de agosto de 2014

Poliana – Eleanor H. Porter

image - Ficha Técnica:

- Título original: Pollyana

- N° de páginas: 150

- Sinopse: Quando da morte de seu pai, a menina de dez anos, que já era órfã de mãe, vai morar com a tia Paulina, uma solteirona rica, severa e pouco afetuosa. Mas a vida da pequena cidade de Beldingsville vai mudar com a chegada desta que se tornou a própria personificação do otimismo na literatura ocidental. Poliana nunca deixa de praticar algo que o pai criou e lhe ensinou: o jogo do contente — a tentativa de sempre se posicionar de maneira positiva frente às adversidades.

- Nota: image

Poliana, da autora Eleanor H. Porter, é um clássico publicado originalmente em 1913. Sob a ótica otimista defronte as mais diversas situações vividas pela personagem Poliana e pelas pessoas que a cercam, a história confronta e ressalta – através do “jogo do contente” –, sentimentos de alegria e tristeza, dor e esperança. Um livrinho curto, ágil, porém de uma simplicidade intrínseca e encantadora.

Poliana é uma garota que, após perder os pais, passa a morar com sua tia Paulina. Esta, uma senhora ranzinza e de costumes rígidos, aceita a menina a contragosto em sua casa. Entretanto, algumas provações são imposta a Poliana: ao invés de morar em um dos inúmeros quartos luxuosos da casa, a garota é restringida a um quartinho sufocante no sótão. Castigos são aplicados pela situações mais supérfulas – como se atrasar para uma refeição ou deixar a janela aberta. Além disso, o temperamento de Paulina não é dos melhores, e a convivência de início beira a respostas secas e quase monossilábicas por parte da tia da menina.

Mas Poliana surpreende e contagia a todos - principalmente aos empregados da casa -, ao se mostrar uma menina introvertida e sempre alegre. Poliana faz das situações mais difíceis um prato cheio ao otimismo, pois seu pai, quando ainda vivo, ensinara a ela o “jogo do contente”. O objetivo do jogo é ver o lado bom de qualquer situação, independente do que seja. Como consequência da brincadeira, a vida dos moradores da cidade – assim como daqueles que convivem diariamente com Poliana, incluindo sua tia –, é afetada de maneira surpreendente. O amor, a alegria e a autoestima são apenas alguns dos valores resgatados nas pessoas por meio deste jogo.

Poliana inspira uma mensagem positiva e muito bonita. Seu caráter alegre, meigo - quase inabalável -, passa ao leitor a filosofia proposta nas entrelinhas: um gesto simples, como o de ver o lado bom das situações mais difíceis da vida, e a de ficar contente por isso, transforma pessoas ranzinzas em alegres, leva a reflexão e impulsiona atitudes de caráter social – como a adoção do garoto Jimmy, que na história é um menino pobre em busca de um lar. O modo como o “jogo do contente” é passado ao leitor, de um jeito leve e delicado, deixa o livro com uma gama de sentimentos bons - mesmo quando determinado acontecimento abala momentaneamente o lado emocional de Poliana.

O livro aborda as dificuldades da vida e o prisma sob o qual decidimos encarar estes momentos. A narrativa é dinâmica, em terceira pessoa, deixando a leitura fácil e atraente. O discurso, o de “sempre estar alegre”, poderia facilmente ter soado artificial, pois, afinal, quem é contente o tempo todo? Porém em nenhum momento o livro nos passa essa sensação, especialmente porque os personagens estão sujeitos a dores e tristezas, tornando, assim, a história de uma naturalidade quase ímpar.

Com uma proposta interessante, através de uma personagem inspiradora, Poliana é uma história que certamente vale a leitura. O desfecho deixa uma pequena ponta solta, instigando o leitor a procurar sua continuação: Poliana moça. Ressalto, entretanto, que por mais que a leitura tenha fluído bem, a edição “Saraiva de bolso” parece, em alguns momentos, mal traduzida. Há erros de pontuação e outros problemas que, mesmo não dificultando a leitura, foi impossível não ignorar. Ainda assim, adorei a história.

Uma das inúmeras capas estrangeiras:

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