quarta-feira, 27 de novembro de 2013

[série] Reign

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Um dos problemas que tenho com séries é o fato de que muitas não conseguem me prender por muito tempo. E quando digo “tempo”, me refiro a um ou dois episódios. Consigo contar em poucos dedos as séries que, de fato, cheguei a ver mais do que isso. Menos ainda aquelas que acompanhei todas as temporadas lançadas. Bom, não faz muito tempo eu ouvi sobre uma nova série que contaria a história de Mary Stuart e seu noivado com o príncipe Francis. Sem esperar muito – até porque em termos de adaptações históricas tive uma decepção recente com The White Queen –, resolvi assistir e o resultado foi bem mais do que eu esperava. Depois de assistir seis episódios, acho que já posso tecer alguns comentários sobre Reign.

A série conta a história de Mary e sua vida no convento até os 15 anos de idade, para sua própria segurança. Quando uma das freiras é envenenada, Mary é imediatamente enviada à França, para que pudesse assim se casar com o príncipe Francis. A mãe de Francis, Catherine, recorre a Nostradamus para saber sobre o futuro de seu filho com Mary. O alquimista descobre que, caso o casamento ocorra, Francis estará condenado à morte. A rainha, então, começa a fazer planos para se livrar da jovem e salvar a vida de seu filho. Enquanto isso, Mary terá que conviver em meio a intrigas, mistérios e um estranho fantasma que lhe ajuda a desviar dos perigosos e traições da corte.

É preciso ter em mente que Reign é uma adaptação à história verídica de Mary, rainha da Escócia. A série é uma versão voltada para jovens adultos e, portanto, traz uma identidade característica deste público alvo, que envolve desde a história em si – com um triângulo amoroso promissor em meio a intrigas e mistérios –, como costumes e figurinos não correspondentes à época. Neste último quesito, a caracterização de Reign é um diferencial que salta aos olhos. As roupas de ombros à mostra, decotes e tecidos de cores vivas e sempre limpos fogem dos padrões históricos e deixam muitos espectadores desgostosos, porém vejo isso como parte de uma adaptação que trouxe a Reign uma atmosfera jovem com identidade intrínseca. Particularmente, acho o estilo do figurino maravilhoso.

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O comportamento também difere. Dificilmente uma mulher naquela época poderia passear com um homem sozinha pelos campos, deixar os cabelos ao vento ou cavalgar “como um homem”, mas cenas assim são comuns em Reign. Embora vez ou outras frases como “isso não é apropriado para uma dama” são jogadas na série, a ruptura do comportamento não liberal é uma proposta que deixa a protagonista mais interessante. Ao contrário de parecer uma moça insonsa regida por normas rigorosas da época, Mary é uma figura ativa na história. Mais do que um mero rostinho bonito, dona de um sorriso lindo e envolvida em um um triângulo amoroso, a personagem entende de política, se preocupa com o bem estar de seu país e discute táticas com o rei da França, de igual para igual. Claro que, para uma adolescente, Mary escorrega em algumas cenas e diálogos, mas felizmente, até agora, seus deslizes são exceções e não regra. A personagem encanta e corresponde ao embasamento histórico proposto na série.

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Um dos principais atrativos de Reign refere-se ao triângulo amoroso entre Mary, Bash e Francis. Entendam que a série ganhou uma temporada completa – ou seja, vinte e dois episódios. Isso talvez justifique que, após seis episódios, o romance ainda não tenha tomado uma forma sólida. Francis está um passo a frente – não apenas por ser o rapaz com quem Mary se casaria, mas também porque o personagem possui mais diálogos e cenas que seu irmão bastardo, Bash. Já este ganhou mais aparições nos últimos três episódios – e… bem, até já roubou a cena uma vez, porém sinto que Bash ainda não ganhou o espaço necessário para competir com o irmão. É difícil escolher um lado – Bash e Francis são charmosos, bonitos e possuem qualidades que atribui a cada um características únicas. Entretanto, para mim, Francis soa mais imaturo mediante à sua responsabilidade como sucessor do trono. Ele é indeciso, um tanto arrogante e seu jeito impulsivo por vezes quebra o elo entre Mary e ele. De qualquer modo, espero que antes da metade da primeira temporada o romance tenha tomado um rumo mais certo.

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Repleto de intrigas, mistérios e romances paralelos, Reign compõe seu cenário com belas paisagens e uma trilha sonora que mescla baladas medievais e músicas modernas. Como qualquer série, Reign segue certo padrão para a construção de seu enredo. Além da história geral, cada episódio conta com uma nova trama a ser resolvida, no qual o desfecho quase sempre ocorre no mesmo episódio. Perseguir traidores, capturar um rei cruel, resolver enigmas, enfrentar a rainha megera e suas artimanhas e lidar com um fantasma que assombra o castelo - e que parece ser um aliado –, são apenas alguns dos argumentos de Reign. Aliás, o elemento sobrenatural é um adendo muito bem vindo que marcou os primeiros episódios da série. Infelizmente o misticismo não está tão presente nos últimos capítulos, mas acredito que o tema retorne mais para frente.

Em seis episódios, Reign alcançou sua proposta. Uma história leve e romântica, envolta em um agradável clima de mistério com o intuito de recontar uma história real por meio de acréscimos, desvios e licenças que, para mim, não soaram assim tão absurdas. Torço para que a série continue trilhando o caminho certo e me surpreenda nos próximos episódios. Para qualquer amante de temas históricos e romances clichês de um jeito teen, recomendo dar uma chance à história. Eu estou amando!

*créditos da header: Thaline Guimarães

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