quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Born of Silence – Sherrilyn Kenyon

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- Ficha Técnica:

- * Sinopse: Como líder da Resistência, o único objetivo de Zarya é derrotar o governo que destruiu toda a sua família e a deixou sem dinheiro. Sua melhor aposta é um misterioso homem conhecido como Kere.

Mas Kere tem um segredo sombrio. Nascido em um mundo tão privilegiado e ao mesmo tempo corrupto, seu verdadeiro nome é Darling Cruel e é o herdeiro do governador que Zarya quer derrotar. Ninguém jamais viu o verdadeiro nome que se esconde atrás da lenda. Ninguém, apenas Zarya.

Traído pela Resistência, o objetivo de Darling não é só governar, mas também matar todos os membros da resistência que possa encontrar. Zarya deve por fim ao reinado de terror de Darling, mas poderá transpassar sua loucura para recuperar o herói que uma vez lutou ao seu lado?

*tradução livre

- Nota: image

Born of Silence é o sexto livro da série League, escrito pela Sherrilyn Kenyon. Não é a primeira vez que leio algo da autora e, portanto, não fiquei surpresa com o resultado da leitura. Sherrilyn não só nos traz uma história que geralmente consegue obter aquele tom diferencial – ainda que possa soar clichê em alguns momentos –, como também aborda temas fortes e cheio de emoções para o leitor. Eu evito ao máximo comparações, mas para quem gosta da escrita de J.R Ward, Sherrilyn é quem mais se aproxima do estilo da autora.

A história em Born of Silence é futurística e se passa no Sistemas Unidos, onde há a nação Caronese. Por muitos anos os cidadãos caroneneses foram oprimidos pelo tirano Arturo Cruel, e quando digo tirano é no sentindo mais literal da palavra. Durante todo o livro há menções a diversas leis que Arturo cria para favorecê-lo que, mesmo em um ambiente avançado em tecnologia e conhecimento, nos remete a um sistema arcaico, opressor e incoerente. Se não bastasse, Arturo é tão doente pelo poder que mantém seu sobrinho em rédeas curtas, com medo de que a qualquer momento Darling pudesse se voltar contra ele e tirá-lo do trono. É na sua relação com Darling que Arturo usa da sua autoridade para submetê-lo as mais terríveis provações e crueldades.

Se na história Arturo se encarrega da atmosfera pesada do livro, Darling é um daqueles personagens que conquista logo nas primeiras páginas. Sua relação com seu melhor amigo homosexual, Maris, é um dos encantos da história. Sem deixar de lado os ares de guerreiros poderosos e ferozes, ambos me conquistaram pela amizade, mas Darling principalmente por toda sua trajetória de vida. Mesmo sofrendo horrores nas mãos de seu tio, ele suporta tudo em silêncio, na esperança de que um dia pudesse se vingar de forma que sua família não sofresse represálias. A forma como ele se doa por seus parentes, ainda que nenhum deles a princípio mereça, faz com que Darling se torne um personagem maravilhoso e fácil de se apaixonar. Tudo que ele queria era livrar seu povo e sua família das mãos de um homem doentio e desumano.

Darling faz parte de um grupo denominado Resistência, onde lutam contra o império de Arturo. Entretanto, por ser o sobrinho dele, o personagem faz isso de forma anônima, com o pseudônimo de Kere, de modo que nem mesmo o grupo da Resistência soubesse quem ele é. É na Resistência que ele conhece Zarya e, entre encontros as escuras e lutas onde ele está sempre envolto em camuflagens, os dois acabam se apaixonando. A princípio esse romance às cegas é doce e puro, um tom suave em meio a situação tensa da história. Entretanto, as coisas mudam drasticamente quando, ao embarcar em uma missão para finalmente tirar seu tio do do poder, há uma sucessão de acontecimentos infelizes e ele acaba sendo capturado pela própria resistência. Os homens que um dia foram seus amigos tornam-se seus captores, e é aí que a história nos traz uma atmosfera ainda mais pesada e tenebrosa.

Esse ponto é fundamental para entendermos a transformação psicológica do personagem e o rumo que a história segue do momento em que Darling é torturado pelos seus próprios amigos até as últimas páginas. O personagem sofre tudo e mais um pouco, não sendo poupado a qualquer tipo de humilhação, dor e crueldade. O fato de acompanharmos em detalhes sua condição mental - cada resquício de esperança de que Zarya fosse salvá-lo ou sua tentativa de se manter são -, foi uma aposta ousada, bem trabalhada e por isso mesmo torna tudo mais verossímil e angustiante. Em dados momentos, a atmosfera chega a ser sufocante.

Por mais que isso possa soar um tanto “humor negro”, eu adorei cada momento do livro. A narrativa da autora é excelente, daquelas que é quase impossível ler apenas algumas páginas. A crueldade sofrida por Darling o torna um homem amargo, em busca de vingança, mas sem deixar de enxergamos aquela alma destruída por dentro, que precisa curar as feridas com um amor. É uma tremenda ironia que essa pessoa seja justamente aquela que, de forma inconsciente ou não (e aí fica a critério do leitor decidir), participou de sua tortura.

Apesar de ser o sexto do livro da série, não é difícil compreender todo o universo criado pela autora. O livro aborda de forma fantástica o pior do ser humano. Pois, por mais que Born of Silence seja uma história de romance com motes de vingança e redenção, e nesse aspecto ele não é tão diferente do que encontramos em demais livros do gênero, o livro também explora de forma brilhante a política imperial, o poder, a guerra e temas ainda mais polêmicos como o preconceito sexual. Visto que ainda vivemos em uma sociedade onde as pessoas saem na rua para protestar contra o casamento gay, o livro, por mais que se ambiente em um mundo futurista, carrega aspectos nenhum pouco distantes da realidade. Sempre em uma atmosfera pesada, homossexuais são vistos na história como se portassem alguma doença contagiosa, incapazes de gerir a própria vida, quiçá comandar um império. Claro, piadinhas “inocentes” aqui e ali sempre estão presente na trama como forma de lembrar o quanto as pessoas conseguem ser crueis pelo simples fato de se divertirem com isso.

É fácil perceber o modo como cada um desses temas se entrelaçam, tornando a história atraente e real. Quanto ao romance… bom, um lado meu torce o nariz pelo perdão que veio fácil de mais. O casal possui um relacionamento agradável, mas não ultrapassa muito o essencial que estamos acostumadas a ler nos romances. Aliás, parte disso se deve a personalidade arrogante de Zarya, ela não me convenceu e passei boa parte do livro prestando mais atenção no relacionamento de irmandade entre Maris e Darling no que no da própria personagem. Ainda assim, vale a pena em alguns momentos e os acontecimentos finais, cheios de reviravoltas, fez com eu conseguisse mudar de ideia até o final do livro. O romance conversa bem com os outros igredientes do livro.

O livro é excelente para quem quer uma história triste e bela ao mesmo tempo, que trabalhe com contraste como a amizade e o ódio, o preconceito e o apoio, a paz, a guerra e a política, todos muito bem abordados. Depois da minha leitura já estou doida para conhecer os outros livros da série. Qualquer pormenor negativo não conseguiu diminuir meu encanto pela história e, para mim, Born of Silence é definitivamente 5 estrelas. Recomendadíssimo!image

 

 

4 comentários:

  1. Aeeeeeeeeeeeee!!!!!!! É BOS na cabeça! o/ kkkkk

    Bru, ADOREI sua resenha e vc sabe que eu sou suspeita pra falar desse livro mas concordo com TUDO o que vc disse na sua resenha! É MARAVILHOSO!

    Vc soube expressar os seus sentimentos (e tbm os meus pq concordo) de uma forma perfeita e abordou todos os pontos significativos e marcantes da história. Amei! *_*

    Fico muito feliz que vc tenha gostado do livro e da série! =D

    Parabéns pela resenha!

    Bjs

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    Respostas
    1. BOS é tudibom \o/ \o/

      Obrigada tu Rafita, por me apresentar o livro :D Aliás, eu li alguns romances de banca dessa autora, todos são maravilhosos!!! Adoro a escrita dela.

      Uma pena que ainda não lançaram essa série no Brasil, né? *sninf, sninf* Adorei todos os personagens, nossas opiniões bateram hehehehe Vamos ver agora como vai ser esse livro do Maris, mas não estou botando mta fé não. Quero ele com o Darling e a Zarya que se... enfim. :P hahahaha

      Obrigadinha querida. :)

      Bjos!

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  2. oi bruna,eu sou sandra brito,adoro ler,aliais sou fascinada por leitura desde que tinha dez anos.gostei da resenha desde livro,gosto demais de como essa autora escreve.já li toda a serie dark hunter escrita por ela,e vc vai se apaixonando pelos os personagens,ai é uma loucura!!!!!!!!!!!!vc descrevendo o personagem me pareceu muito com o ascherom,maravilhoso e lindo,marido da tory,casal lindo,lindo.já deu para perseber que amo a serie né.e sou revoltadissima por que agora que começaram a lançar os livros aqui no brasil.quando vier lançar o 22,já estou velha com quase um milenio,isso é revoltante, foraque as editora fazem cortes horrendos nos dialogos.bom mais sei que ler é maravilhoso,e que quando ler nada nos empede de adquirir esse bom livro.se vc quizer ajuda com indicação de algum livro legal ou fimes é so me avisar.amo filmes tambem.detesto novelas..seu blog é lindo.bjs.
    sandravieirabrito@hotmail.com

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  3. oi Amiga,

    gostei bastante da resenha, mas tu já sabe que não leio esse livro nem me pagando, rsrs.
    Realmente não curto histórias com tanta violência e esse parece ser bem violento.

    Nunca li nada da autora, mas pretendo futuramente. ^^

    beijos.

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