domingo, 16 de março de 2014

Casamento Acidental – Diana Palmer

image- Ficha Técnica:

- Título Original: Connal

- 252 páginas

- Sinopse: Penelope Mathews é fascinada por C.C. Tremayne desde a adolescência. Até que uma noite ele bebe demais e parte para o México em busca de confusão. Para impedir que C.C. termine na cadeia, Pepi se casa com ele! Quando o porre passa, o caubói cai na realidade e fica indignado. A última coisa que ele precisa é de uma noiva virgem. C.C. exige anulação imediata! Contudo, quanto mais tempo passam juntos, mais ele percebe que não quer o divórcio…ele deseja Pepi

- Nota: image

Casamento Acidental foi minha releitura durante as férias. Na primeira vez em que li, dei 5 estrelas e marquei-o como favorito – na época, era apaixonada pelos livros da autora. Ainda gosto das histórias um tanto quanto melodramáticas da Diana Palmer, mas hoje, com mais experiência, consigo enxergar alguns aspectos de seu texto que de vez em quando me incomodam. Casamento Acidental é uma história despretensiosa e um dos trabalhos mais leves e gostosos da autora – admiro, particularmente, as primeiras obras dela –,  mas há um discurso retrógado inserido neste contexto que soa errado e não consegui, desta vez, ser indiferente a tais argumentos.

Na história, Pepe sempre amou Colby em segredo. Dedicada, sempre cuidou dele como uma mãe faria, embora desejasse que Colby a enxergasse diferente. O rapaz que cuidava da fazenda gostava de provocá-la e, no fundo, desconfiava da atração que a menina nutria por ele. Uma vez por ano ele tinha motivos para se embebedar, e, todas as vezes, Pepe estava lá, preocupada com sua bebedeira e tomando cuidado para que seu pai não descobrisse. Entretanto, em uma dessas noites, bêbado, Colby ameaça colocar os dois na cadeia se por acaso eles não se casassem em uma pequena capela em El Paso. Pepi acredita que o casamento seria de mentirinha, sem validade, e acaba aceitando. No dia seguinte, entretanto, ela descobre que o casamento fora válido. Como contaria aquilo à Colby, que não se lembrava muito bem da noite anterior?

Há uma linha divisória no que diz respeito à fantasia, mas quem sou eu para definir a fantasia dos outros? Até porque tenho meus próprios gostos referente aos mais diversos estilos românticos, desde sonhar com romance levinhos – típicos água com açúcar –, até me deixar levar por leituras mais densas, que tendem a causar polêmica por onde passam – por exemplo, romances de cunho BDSM. Para o meu gosto, porém, Colby bambeou entre o meu amor e o meu ódio. Veja bem, acho até charmoso o estilo rabugento, resmungão que, por dentro, mostra um comportamento inseguro – características típicas dadas a maioria dos personagens masculinos da autora, e Colby não foge delas.  O rapaz já sofreu no passado e se culpa pela morte da esposa interesseira – fato este que o leva a querer distância de outro casamento. Até aí, segue um personagem agradável e uma história levinha, bem gostosa de acompanhar. Depois de um tempo em que leva para absorver a ideia de estar casado, Colby chega até ser doce.

O problema, entretanto, é quando ele decide destilar o seu discurso sobre como mulheres devem se comportar, se vestir e falar. Até mesmo frases com o propósito de soar sexy, acabaram parecendo um tanto quanto bizarras e perigosas. Por exemplo, quando Colby diz que eles fariam amor e que ele tentaria se controlar – sem saber se conseguiria –, para tornar o ato o mais suportável para ela. Entretanto, se ele não conseguisse, Colby a compensaria mais tarde. Também há frases tendenciosas ao machismo que são irritantes, como “Você precisa de um homem assim para controlá-la” ou “você é tudo que uma mãe quer para os seus filhos: um elfo falante, prendada na cozinha e bondosa” (sic). É sério isso?

Por outro lado, descobri que o livro foi escrito há vinte e cinco anos atrás, o que talvez, acredito, explique certas características mais retrógadas presentes na história, se levarmos em conta o tempo e o lugar onde a história se passa. Já as cenas de sexo são suaves, delicadas, quase bobas de tão inocentes. É a visão do primeiro amor com um toque romântico de transformar um homem amargurado, ranzinza, e mostrar a ele uma nova chance ao amor. Embora Pepe tenha sido um tanto boba e insegura demais para o meu gosto – outro arquétipo de todas as personagens da autora –, não dá para negar que, dentro do contexto, foi uma história doce e fofa. Não há grandes acontecimentos na trama, o que encontramos são cenas cotidianas e o relacionamento gradativo – sem muitos empecilhos – entre os dois. Um passo de cada vez onde os dois descobrem seu amor um pelo outro, além de superarem, cada um, a própria insegurança pessoal.

Há alguns personagens secundários que se destacaram na história – Evan é uma graça e Ben, o pai de Pepe, é uma figura divertida que quase incorpora o papel de cupido.  De todos os estilos da autora, as histórias de cowboy são as que mais gosto, e, mesmo com alguns defeitos, este foi um dos mais agradáveis, sem dúvida. Um livrinho ótimo para encaixar entre uma leitura mais pesada ou para desfrutar em uma tarde lendo.

Capa original:

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